Ainda há oportunidade na renda fixa privada, diz Santander; veja 6 títulos indicados

Papéis selecionados são voltados para investidor em geral e envolvem empresas de petróleo e concessões de infraestrutura, entre outros setores

Bruna Furlani

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O baque provocado no mercado de crédito privado, após mudanças regulatórias impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que restringiram ofertas de ativos de renda fixa isenta no começo de fevereiro, levaram investidores a se questionar se ainda é possível encontrar oportunidades. E a resposta é sim, segundo o Santander.

Em relatório divulgado nesta semana, a casa informou que houve um fechamento (recuo) expressivo dos spreads (juros adicionais que um ativo de crédito oferece em relação aos dos títulos públicos) dos títulos de crédito privado ao longo dos últimos meses, mas que eles ainda continuam “atrativos” – acima dos níveis vistos em 2021 e em boa parte do ano de 2022.

O banco também observou que as taxas reais oferecidas pelos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs) continuam “muito elevadas” e que há chance de que os juros reais fechem (reduzam) ao longo do ano, o que é positivo.

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Segundo ele, os núcleos de inflação, excluindo itens mais voláteis como alimentação e energia, apresentam tendência ao redor da meta do Banco Central e as contas externas estão com “ótimos” números, o que deve proteger o câmbio contra uma desvalorização forte e uma perspectiva mais baixista para preços de commodities.

“Este cenário positivo fez o departamento econômico do Santander reduzir sua projeção de Selic terminal em 2024 para 8,5% (antes 9,5%), o que deve contribuir para o fechamento dos juros reais também”, destaca a casa.

Nos cálculos de Samuel Ferrarezi, estrategista de investimentos do banco, o investidor poderia obter uma diferença de retorno significativa ao alocar em um papel de crédito privado, na comparação com um título do Tesouro atrelado à inflação (NTN-B), considerando que ambos possuem um prazo médio de cinco anos.

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No estudo, o especialista observou que a NTN-B iria oferecer um retorno de IPCA acrescido de 5,10% ao ano, enquanto o título de crédito privado apresentaria um rendimento médio aproximado de IPCA acrescido de 5,67% ao ano, sendo que a segunda opção ofereceria isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.

“Dadas as projeções de mercado para esse período [prazo médio de cinco anos], esse retorno do crédito privado seria equivalente a aproximadamente 120% do CDI bruto”, completou o profissional.

Títulos escolhidos

Mais otimistas com o bom momento do crédito privado, a casa selecionou seis títulos considerados com boas relações entre risco e retorno e que são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

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A lista engloba papéis como dois CRAs, sendo um da Camil (CRA02300RS5) e o outro do Atacadão (CRA02300W30). O primeiro possui retorno atrelado ao CDI, enquanto o segundo é prefixado.

Mas o número maior de sugestões do Santander envolve debêntures incentivadas, como títulos emitidos pela CCR (CCROB6), Eletrobras (ELET14), Prio (PEJA11) e Eneva (ENEV19). Todos os papéis selecionados pela casa são de companhias avaliadas com o melhor nível de rating (classificação de risco de crédito), que é o AAA, e voltados para o investidor em geral.

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