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Adeus, Meta, Apple, Tesla? Boom da IA tira foco de big techs e 5 ações nada óbvias viram promessas

O ChatGPT abriu caminho para um novo mundo de projetos de inteligência artificial. Veja como se posicionar em ações do exterior para acompanhar os ganhos

Monique Lima

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A inteligência artificial generativa criou um frenesi entre as ações de tecnologia dos Estados Unidos e desencadeou um rali inesperado neste ano. O S&P 500 subiu quase 9% entre janeiro e maio ancorado no setor.

A multinacional Nvidia encabeça o desempenho do índice. Nos cinco primeiros meses do ano, as ações da companhia subiram mais de 160%. Fabricante de peças eletrônicas, sua atuação na cadeia de desenvolvimento da inteligência artificial alçou seu valor de mercado para US$ 1 trilhão – acima de gigantes como Meta (US$ 675 bilhões) e Tesla (US$ 630 bilhões).

O movimento, aliás, joga luz sobre um grupo seleto de companhias que prometem ser as mais beneficiadas do novo hype da tecnologia nas bolsas globais: no lugar dos nomes mais conhecidos do setor, quem deve dominar a cena são ações menos óbvias, de fabricantes de componentes e peças estruturais como semicondutores, infraestrutura, cabeamento e datacenters.

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“Tão importantes quanto as empresas que estão desenvolvendo ferramentas de inteligência artificial são as que fornecem materiais e componentes para essa tecnologia”, diz Guilherme Morais, analista da VG Research.

Apple (AAPL34), Meta (M1TA34) e Tesla (TSLA34), por exemplo, estão apenas no fim da cadeia da inteligência artificial. Amazon (AMZN) está melhor posicionada com seu serviço de infraestrutura em nuvem, a AWS. A Microsoft (MSFT) se destacou ao investir na OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT – e a Alphabet (GOOGL) corre atrás para entregar o seu Bard.

Embora também se beneficiem em alguma medida, não é para essas empresas que analistas e gestores de fundos olham mais atentamente no momento. “Neste aspecto, Nvidia, TSM e AMD são grandes nomes”, diz Morais. O motivo: elas já apresentam resultados concretos.

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Inteligência artificial: é bolha?

Inteligência artificial foi o assunto do primeiro trimestre e tem tudo para ser o tópico do ano, diz Morais. Segundo ele, as empresas Meta, Alphabet, Microsoft e Amazon mencionaram o termo “IA” 168 vezes durante as teleconferências de resultados.

A corrida das empresas e o rali das ações começou no fim de 2022, com o anúncio de investimento da Microsoft no ChatGPT, da OpenAI. O lançamento do modelo 3 foi uma “revolução”, diz Nicholas Bennett, analista da WHG.

O aplicativo AI ChatGPT alcançou 100 milhões de downloads em apenas dois meses. Uma adesão muito mais rápida do que outros aplicativos populares, como TikTok e Uber (UBER), que demoraram cerca de nove meses para alcançar a mesma marca.

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“O grande diferencial do ChatGPT3 contra os modelos anteriores é a interação humano-IA com prompt de texto. Isso foi uma revolução”, diz Bennett. “Qualquer pessoa sem conhecimento de programação pode interagir com a IA. Isso abre um leque de possibilidades enorme para os negócios.”

Tanto é assim que a agora já popular Nvidia (NVDC34) divulgou uma projeção de receita para o segundo trimestre 50% superior ao esperado pelos analistas. A companhia está otimista com a receita que irá captar com a entrega de GPUs (graphic processing units) e outros componentes cruciais para o desenvolvimento de inteligência artificial generativa.

Atualmente, o prazo de espera para conseguir comprar os GPUs da Nvidia é de 18 meses. A empresa é líder neste segmento, com a produção de componentes padrões e também personalizáveis.

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A corrida das empresas para o desenvolvimento de produtos próprios com o uso de inteligência artificial generativa é tão grande que muitas companhias estão optando por componentes da fabricante número dois em termos de qualidade, a AMD. Neste ano, as ações da companhia subiram 85% entre janeiro e maio.

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As preferidas entre as ações de tecnologia

Antes da corrida de inteligência artificial, o índice que concentra mais ações de tecnologia nos EUA, o Nasdaq, amargou uma perda de 33% em 2022 por causa do cenário então negativo para o setor – marcado principalmente pelos juros mais altos dos últimos 15 anos no país. Neste ano, a história é outra: em cinco meses, o índice subiu 31%.

Como não esperavam esse desempenho, fundos reduziram suas posições nas principais companhias do setor no começo do ano, mostra levantamento do Goldman Sachs. O resultado foi uma perda de 189 pontos-base de desempenho com o rali de 2023.

Morais, da VG Research, acredita que há espaço para mais crescimento, mas não em empresas “óbvias”. “O investidor deve ter cuidado com o hype, pois no curto prazo o mercado pode precificar projetos e empresas de maneira irracional”, diz.

Há pelo menos cinco ações que se destacam, na visão dos especialistas ouvidos pelo InfoMoney. Além da Nvidia, Morais cita a Marvell Technology (MRVL), a AMD (A1MD34) e a TSM (TSMC34), todas fabricantes de chips e semicondutores. Outra opção é a Broadcom (AVGO), que fabrica a rede de cabos e aparelhos que conectam esses chips.

Bennett, da WHG, também aconselha a olhar para empresas menos óbvias, expostas ao setor. “Tem empresas que o mercado avaliou que seriam afetadas negativamente, mas não é o caso”, diz, ao citar o exemplo da Adobe (ADBE).

Dentro dos projetos de IA, um segmento se direciona para o desenvolvimento de imagens com aprendizado de máquina – que, teoricamente, competiriam com os aplicativos de edição da Adobe, como o Photoshop. Entretanto, em março, a empresa lançou o projeto Firefly.

O Firefly, segundo a Adobe, é baseado em modelos criativos de IA generativa. Ele usa o prompt de comando por texto introduzido pelo ChatGPT3. O objetivo é que as descrições sugeridas em texto sejam convertidas em imagens para compor uma foto inicialmente selecionada.

Atualmente, o programa está em fase de testes. Futuramente, o objetivo da Adobe é integrá-lo aos aplicativos do Photoshop, Illustrator e Premiere. No ano, as ações da empresa subiram 24%.

Fora ações de empresa, outro setor recomendado por Morais é o de REITs (equivalentes a fundos imobiliários) de datacenters, como Equinix (EQIX) e Digital Realty Trust (DLR).

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Como ficam as techs tradicionais?

A Microsoft saiu na frente, e agora trabalhar para integrar o ChatGPT ao seu mecanismo de busca Bing e ao seu pacote de serviços Office. Além disso, o chatbot da OpenAI usa a infraestrutura de nuvem da empresa para sua operação.

“O serviço de nuvem tem como sistema de remuneração o consumo de dados. Toda pergunta feita ao ChatGPT, consome dados dentro da nuvem da Microsoft”, diz Bennett. “É uma máquina de receita.” A Microsoft revisou sua projeção de receita para cima no segundo trimestre por causa da IA.

Além da Microsoft, outras gigantes estão posicionadas para navegar na onda da inteligência artificial. A controladora do Google, Alphabet, lançou em março o Bard, concorrente do ChatGPT. O lançamento foi restrito e não teve uma reação tão efusiva quanto o chatbot da OpenAI. Porém, o mercado espera melhorias e bons resultados no futuro.

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“Existe uma expectativa em relação ao futuro, mas já houve resultados palpáveis neste primeiro trimestre”, diz Bennett. “Temos uma restrição de chips no mercado atualmente que irá conter parcialmente o avanço da IA. Mas já está claro que quanto mais produtos chegarem ao mercado, mais essas empresas vão ganhar.”

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