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SÃO PAULO – O ciclo de alta da Bolsa de Valores no Brasil pode ser longo na opinião de alguns dos principais gestores de ações do país. João Braga, gestor da XP Asset, afirma que o mercado acionário vive um “ciclo transformacional”.
Para ele, os múltiplos do Ibovespa mostram que as empresas têm espaço para valorização, principalmente levando em consideração o cenário de juro baixo. “Fazendo uma conta simples de múltiplos, vemos que a Bolsa não está cara”, disse Braga. “Se as reformas saírem, podemos ter um ciclo de alta longo, como aconteceu entre 2003 e 2008”, acredita o gestor.
Entre 2003 e a metade de 2008 o Ibovespa subiu 530%, passando de 11 mil pontos para 73 mil pontos. Só em 2003 o índice quase dobrou de valor (alta de 97%). “O investidor que pensou que a Bolsa estava cara no final de 2003 perdeu a valorização de 2004, 2005, 2006, 2007 e metade de 2008”, lembrou.
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Braga participou na última quinta-feira(28) de um webinar sobre as perspectivas para a Bolsa em 2019. O encontro foi mediado pelo analista-chefe da XP Investimentos, Karel Luketic, e também contou com a participação de Henrique Bredda, gestor do fundo de ações Alaska Black, Florian Bartunek, sócio-fundador da Constellation Asset.
Na opinião do gestor da XP Asset, um dos pontos que indica a possibilidade de crescimento da Bolsa é o baixo nível de utilização da capacidade instalada, tanto da indústria quanto do setor de serviços. Isso quer dizer que as empresas já fizeram investimentos, mas não estavam utilizando todo seu potencial por falta de demanda. Com o aumento da demanda, as receitas tendem a subir com força. Como os investimentos já foram feitos, o lucro dispara.
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“Estamos vindo de 8 anos seguidos de revisões para baixo nos lucros das empresas. 2018 foi o primeiro que teve revisões para cima. É muito explosivo”, afirmou Braga
Florian Bartunek lembrou que a lucro das empresas voltando a crescer é o melhor indicativo de que a recuperação está em andamento.
“O mais importante quando você olha para Bolsa são os resultados das companhias. E eles estão crescendo. As empresas estão se recuperando, tanto por conta dos ajustes operacionais quanto por conta do efeito da queda dos juros no resultado financeiro das empresas”, afirmou.
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Henrique Bredda destacou que o bom momento da Bolsa é a continuidade de uma transformação que vem acontecendo desde 2016. “Atingimos o fundo do poço em 2015”, disse.
A partir do impeachment de Dilma Rousseff e o início da mudança política, deu-se início a uma reversão. “Naquele momento, as empresas estavam com valuations completamente ‘estragados’. Em 2016 algumas já começaram a se recuperar. Em 2017, a recuperação foi mais concentrada em empresas de commodities. E em 2018 e 2019 estamos vendo uma recuperação generalizada”, afirmou o gestor da Alaska.
Bredda também ressaltou que número de investidores no mercado acionário brasileiro ainda é muito baixo. Enquanto nos EUA mais da metade da população investe em ações, no Brasil só 800 mil pessoas fazem este tipo de aplicação.
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“Imagina quando chegarmos em 5 milhões de investidores. Vamos ter mais IPOs, mais ofertas, mais bancos digitais. Talvez a gente experimente um ciclo virtuoso inédito no Brasil”.
Assista no player abaixo o webinar completo com as perspectivas dos gestores: