Nem a Copa do Mundo conseguiu salvar o trimestre da Ambev

Apesar dos jogos contribuírem para manter o crescimento do volume de cerveja, a combinação de preços promocionais, pacotes menos favoráveis e um aumento nos gastos com marketing devem impactar negativamente as margens da empresa no balanço do 2º trimestre

Mariana Zonta d'Ávila

Torcedor do Brasil
Torcedor do Brasil

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SÃO PAULO – Visto como um período favorável para o setor de restaurantes e bares, a Copa foi recebida com grande expectativa por parte do varejo e principalmente por empresas como a Ambev (ABEV3). Mas apesar da ansiedade ter sido grande, o resultado parece não ter chegado nem perto das expectativas, segundo analistas do setor. 

Em relatório sobre os resultados do segundo trimestre a serem divulgados pela companhia, o BTG Pactual afirma que apesar dos jogos contribuírem para manter o crescimento do volume de cerveja, a combinação de preços promocionais, pacotes menos favoráveis e um aumento nos gastos com marketing no Brasil, na Argentina e no Panamá podem impactar negativamente as margens da empresa. “A Copa do Mundo não conseguiu salvar a Ambev”, escreveram os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, que assinam o documento. 

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De acordo com a equipe de análise, o volume de vendas não é o problema, visto que foi capaz de compensar os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros de maio. O BTG Pactual espera que a indústria brasileira de cerveja cresça 1,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior e a Ambev, 1,3% a/a. Apesar disso, as linhas operacionais restantes da companhia devem permanecer “sem inspiração”, segundo os analistas. “Continuamos esperando que um limitado poder de precificação, maiores despesas e maiores gastos com marketing pressionem a rentabilidade da cerveja no Brasil”, escrevem. 

“Não esperamos que os resultados do 2T2018 representem uma reviravolta no preço da ação. Apesar de ainda vermos um cenário de melhores ganhos no resto do ano, continuamos a ver riscos de downside mesmo em um consenso otimista, enquanto ganhos mais fracos (Ambev continua lutando para entregar poder de precificação + recuperação da margem) apoiam a nossa visão de retornos marginais mais leves e, portanto, menores múltiplos de negociação justa”, escrevem os analistas.

Em relatório prévio à divulgação de resultados da Ambev, o Credit Suisse atribuiu posição de Outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis da companhia, estimando um preço-alvo de R$ 22 para os próximos 12 meses, o que totaliza um potencial de alta de 21,61% em relação ao fechamento do dia 6. 

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A equipe de análise comenta a greve dos caminhoneiros e afirma que o impacto na Ambev está relacionado apenas ao consumo mais fraco durante a semana. Otimista, a companhia prevê um Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) de R$ 2,3 bilhões (um aumento de 13% em relação ao mesmo período em 2017), e um aumento no volume de venda de cerveja de 1%. 

No ano, as ações da Ambev (ABEV3) acumulam perdas de 13,5%, enquanto o Ibovespa sobe 2% no mesmo período. 

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