“Estamos numa bolha e o retorno não compensa o risco”, diz gestor e colunista do InfoMoney

Sua tese de investimentos é focada no mercado internacional, mas ele não gosta de uma das queridinhas dos estrangeiros: a Tesla

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Marcelo López, gestor de recursos na L2 Capital Partners e colunista do InfoMoney, é o entrevistado desta semana na InfoMoney TV. Conhecido por ser um pessimista do mercado financeiro, ele conta as razões para enxergar o momento para a cena doméstica e internacional com uma “nuvem negra”.

O analista tem o peso da certificação CFA no currículo e uma passagem de quatro anos (de 2002 a 2006) pela Gartmore Investment Management de Londres, onde se especializou no mercado internacional e estudou emergentes.

Sua tese de investimentos é focada no mercado internacional e, se aqui o Ibovespa amarga perdas mensais seguidas, o cenário não melhora lá fora. López relembrou o estoura das bolhas da tecnologia e do subprime nos Estados Unidos e destacou que as crises costumam acontecer por lá a cada seis anos e meio e já estamos há 10 anos sem grandes tropeços.

A avaliação dele é de que a próxima bolha dos Estados Unidos está em crescimento e, a exemplo do que ocorreu com o subprime, as baixas taxas de juros terão seu papel nisso. A taxa básica de juros norte-americana perto de zero por sete anos e as rodadas de estímulos econômicos trouxeram um “volume absurdo” de dinheiro para o mercado de juros. Agora, o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) passa a subir a taxa, conforme já era esperado. Mas isso pode ser o estopim para um colapso.

“À medida em que o tempo vai passando, as bolhas vão estourando. O momento é de ter cautela, não é o momento de correr risco”, avalia. “Não sabemos o nível de juros [dos EUA] que vai estourar essa bolha, mas se sabemos que será estourada, é melhor tirar um pouco as fichas da mesa”, acrescenta o analista ao avaliar o mercado internacional.

Ele também lembra que a perspectiva para os negócios domésticos seguem pessimistas. “Nada mudou de um ano para cá. O Brasil segue com problemas fiscais e com as eleições”, diz.

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Com esse pessimismo para os mercados financeiros, onde a L2 Capital investe? López conta que a gestora investe em urânio e tem opções de venda da Tesla – empresa que é alvo de críticas do analista, que a chama de “Argentina sobre rodas” (veja o texto aqui).

Retorno de 20%

A ideia da criação da gestora, sediada em Belo Horizonte, foi oferecer a oportunidade para que brasileiros tivessem acesso ao mercado internacional sem precisar passar pelos bancos. “Os investidores ficam a mercê do que vão oferecer e correm risco achando que estão fazendo bons investimentos e seguros e não estão”, conta o analista sobre a intermediação dos bancos nas aplicações internacionais.

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Com uma grande demanda de brasileiros que querem operar recursos no exterior, a gestora têm portfólios que entregam mais de 20% de ganhos anuais – e em dólar. A próxima empreitada do time de López é a abertura – esperada para a próxima semana – de um fundos de investimentos.

Thiago Salomão, analista da Carteira Recomendada InfoMoney, conduz a entrevista (no player acima). Quer saber mais sobre o que Marcelo López pensa? Clique aqui e conheça o blog dele no InfoMoney.

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