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Caros(as) leitores(as),
Nada é tão ruim que não tenha fim ou é tão bom que seja para sempre. Penso nisso sempre quando analiso os mercados e as perspectivas para os ativos financeiros.
Nós temos a tendência de perpetuar o curto prazo, falha nossa. A Bolsa brasileira está descontada há muito tempo, repetidamente digo isso em meus textos, mas é a realidade do mercado acionário brasileiro.
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Talvez fique assim por mais tempo, eu já desisti de prever os momentos do mercado. Porém, alguns sinais chamam a atenção e indicam potenciais mudanças.
Recentemente, me debrucei nos números de dividendos da Bolsa brasileira: até dezembro, teremos aproximadamente R$ 25 bilhões em pagamentos aos acionistas minoritários. Esse número pode mudar dependendo da sua leitura sobre a base acionária da Vale, mas vamos considerar este valor como final.
Suponhamos que, pelo menos, um terço desse montante volte para a Bolsa como reinvestimento em ações. Estaríamos discutindo um volume de R$ 8,3 bilhões, o mesmo aporte do investidor estrangeiro no nosso mercado acionário este a ano.
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Publiquei essa visão no Twitter e muitas mentes que respeito no mercado compartilharam. Parece um dado fora dos holofotes, mas muito relevante.
Poderia ser uma pressão de compra com potencial de mexer nos preços, num cenário macro mais brando e com uma guerra triste, mas que não escalou na direção do Irã, como o mercado temia. Tecnicamente a Bolsa está leve, estamos num dos momentos de menor alocação em ações brasileiras.
Os bons ativos estão com valuations atrativos, nossa geografia não parece ter problemas geopolíticos no horizonte futuro. Pontos interessantes no mundo de hoje.
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Eu não costumo falar com tanta veemência sobre questões de fluxo, fatores técnicos. Sou crente do investimento fundamentado e de longo prazo.
O investidor brasileiro continua evitando conversas sobra a Bolsa brasileira, a alocação perene nessa classe não é prognóstica. Por meio dessas informações, espero que, mais do que nunca, você questione essa postura.