A mudança que AZ Quest fez na carteira para continuar entre um dos melhores fundos de ações do Brasil

Alexandre Silverio, diretor de investimentos da AZ Quest, contou o que precisou mudar para continuar com a boa performance do fundo em 2018

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Time que está ganhando se mexe sim. É com esse pensamento que Alexandre Silverio, diretor de investimentos da AZ Quest, lidera a área de renda variável da asset, ganhadora do melhor fundo de ações do Brasil em 2017 e também em 2018.

Privilegiando uma exposição acima da média em players globais no começo do ano e acertando na escolha de players do varejo, o fundo AZ Quest FIC de FIA apresenta ganhos de 15,85% em 2018, contra 7,08% do Ibovespa. Desde que foi criado, em junho de 2005, o fundo apresenta uma rentabilidade de 945,64%, contra 215,30% do Ibovespa no período.

Silverio explica que a performance do fundo reflete a visão de desaceleração da economia: “Começamos o ano muito otimistas, com pouquíssimo caixa, e já no começo do ano falava-se na questão da alavancagem operacional e de balanços saudáveis – o que nos deixava tranquilos em um momento de crise”, contou Silverio em evento promovido pela AndBank, em São Paulo.

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Enquanto o Ibovespa avança 9% no ano, 80% da alta da bolsa tem vindo de commodities, o que o gestor chama de “empresas de ciclos globais”. Por outro lado, empresas chamadas “de qualidade” estão mudando de cenário. “Elas são líderes de mercado e tinham saúde financeira, mas estão caindo muito forte”, explica. É o caso da Cielo, RD e Ultrapar. 

De acordo com o Silverio, isso ocorre porque essas empresas tinham altas expectativas de entrega de lucros para o longo prazo e ao reportarem “número decepcionantes’, estão provocando uma forte queda.

Pelo fato das empresas globais estarem “salvando” o Ibovespa e as empresas cíclicas domésticas estarem caindo, houve um movimento de revisão da carteira do fundo no início do ano, uma vez que grande parte do portfólio era formado por empresas domésticas.

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O gestor conta que uma das grandes vantagens da asset é o suporte da Azimut, maior gestora independente da Itália, que possui uma série de escritórios e traders operando dentro da China – favorecendo, por exemplo, o acesso ao preço do minério. “Isso é uma grande vantagem para nós. Entramos comprados no começo do ano com uma exposição acima da média em Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4). Ao mesmo tempo, não estamos investindo em empresas que considerávamos precificadas e que caíram muito”, diz.

Enquanto cerca de 10 empresas caem em 2018 entre 20 e 40%, Magazine Luiza (MGLU3), por outro lado, avança 40% – e a AZ Quest se beneficiou com isso: “tínhamos uma posição grande em MGLU, o que nos deu uma excelente performance”, conta.

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