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SÃO PAULO – Uma das principais características do mercado acionário é a volatilidade que o acompanha. Tanto que muitos especialistas recomendam a bolsa de valores somente para aqueles investidores que têm “sangue frio” e aguentam assistir o sobe e desce dos pregões. Mesmo assim, às vezes é preciso avaliar se compensa, ou não, continuar posicionado em um papel quando ele apresenta uma queda muito brusca.
“A primeira coisa a se fazer quando ocorre essa forte desvalorização é ligar para a corretora e conversar com o algum profissional que faça a cobertura daquele papel, e que entenda bem o que está acontecendo com a empresa”, sinaliza a professora da FGV, Myrian Lund. “É preciso saber se essa queda ocorreu devido a uma movimentação de mercado ou se o problema está na empresa”.
Alternativas
Caso o problema seja especificamente da companhia e o objetivo com a aplicação seja de curto prazo é interessante considerar vendê-la. Nesse caso, o diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno, sugere ao investidor utilizar o stop loss. A ferramenta serve para o investidor colocar um limite para a queda da ação, indicando um preço máximo que ele aceita perder.
“O stop loss deve ser utilizado para quem investe mais no curto prazo, para quem está especulando”, afirma. “Já para quem investe em um horizonte de longo prazo, não deve estar tão preocupado com as oscilações diárias, pois se presume que esse investidor realizou uma análise da empresa e acredita no case para o futuro”.
Quando o investidor está operando no longo prazo e as ações caem forte por conta de algum ruído de mercado – e não por um problema sério que abale as perspectivas futuras da companhia, ele deve agir de outra forma. Se sua confiança na empresa permanecer inabalada e não houver “nuvens negras” no horizonte de médio e longo prazo, uma opção pode ser fazer o preço médio.
Neste caso, o investidor aproveita a queda e compra mais papéis por um preço mais baixo, marcando um preço médio menor. “Essa alternativa vale a pena dependendo do perfil do investidor. Se ele está com 10% de suas aplicações no papel, pode aumentar a posição em mais 10%. Mas caso esse valor seja de 50% da sua poupança em renda variável, os riscos envolvidos se tornam muito grandes”, adverte Zeno.
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Já se você comprou a ação pensando no longo prazo, mas algum fato mudou totalmente as perspectivas que você tinha para aquela empresa, pode ser hora de embolsar o prejuízo, antes que ele fique ainda maior.
Premissas para ser um acionista
Por mais que o preço de uma ação não esteja sob o nosso controle, vendê-la deve ser uma atitude muito bem pensada. Afinal, se você comprou aquele papel pensando lá na frente, é provável que tenha realizado uma análise prévia e realmente acredite em seu potencial de valorização.
Portanto, Zeno sugere algumas atitudes básicas para quem pretende começar a investir na bolsa de valores. A primeira é adotar um horizonte de longo prazo, pois as empresas levam tempo para crescer e trazer resultados satisfatórios. A segunda é tomar cuidado com a questão emocional. “Não dá para usar a emoção em momento de crise e realizar o prejuízo com qualquer queda, é preciso utilizar a razão e entender bem o que está acontecendo antes de tomar uma atitude.”