Conteúdo editorial apoiado por

9 ETFs para começar a investir em renda fixa em dólar nos EUA

Mercado de US$ 1,4 trilhão oferece opções para todo tipo de investidor, do curto ao longo prazo, dos conservadores aos que toleram mais risco

Ana Paula Ribeiro

(Shutterstock)
(Shutterstock)

Publicidade

Os juros ainda em patamares elevados nos Estados Unidos fazem o investidor tentar tirar proveito desse cenário e uma das opções é o investimento em ETFs (fundos de índice).

Esse é um mercado de US$ 1,4 trilhão que oferece opções que atendem do investidor de curto ao longo prazo, dos conservadores aos que têm um maior apetite por risco.

“Os juros estão elevados e um ETF pode dar um retorno de 5% ao ano. Isso, em dólar, acaba sendo bem atrativo”, avalia Cauê Mançanares, CEO da gestora Investo.

Mas, em meio a quase 600 opções só na renda fixa, como escolher os mais adequados para começar? Confira, a seguir, 9 ETFs com exposição de títulos de renda fixa disponíveis nos EUA.

Os maiores do segmento

Uma das saídas para começar a montar a estratégia e se familiarizar com o segmento é optar pelos que possuem maior liquidez. Nesse sentido, o maior deles é o Vanguard Total Bond Market (BND), sob gestão da empresa de serviços financeiros Vanguard, que aplica apenas em ativos grau de investimento.

“Quando se fala em começar a alocar em renda fixa, o investidor não deve ir para o mercado de high yield (papéis com maiores retornos, mas também maiores riscos), porque irá ocorrer um risco sem estar preparado. O BND investe só em grau de investimento e é o maior do mundo”, conta Mançanares.

Continua depois da publicidade

O BND tem mais de US$ 93 bilhões em patrimônio (o equivalente a R$ 446 bilhões) e taxa de administração de 0,03%, em linha com os custos de outros ETFs de renda fixa, em que a chamada expense ratio (taxa de despesa) não costuma superar os 0,15%.

Parecido como o BND, há também o Vanguard Total Internacional Bond (BNDX), que possui uma taxa de 0,77%. A diferença é que esse investe em ativos grau de investimento de fora dos Estados Unidos — mas são ETFs negociados no mercado americano.

A gestora BlackRock também possui um dos maiores ETFs no segmento, o IShares Core Aggregate (AGG), também voltado para ativos grau de investimento nos EUA.

Continua depois da publicidade

Com uma gama tão grande de ETFs, o investidor encontra opções com liquidez para os investimentos de longo e curto prazo e também para a reserva de emergência. Há também alternativas para quem aceita maior risco.

Longo prazo

O especialista da Investo lembra que há uma demanda maior por renda fixa de longo prazo. Isso porque há uma aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a sinalizar a redução dos juros entre o final do ano e início do ano que vem. A taxa atualmente está na faixa de 5% a 5,25% ao ano.

Na renda fixa, quando os juros caem, o preço dos títulos sobe, propiciando ganhos a quem os comprou antes da queda e vende após a consolidação do afrouxamento monetário.

Continua depois da publicidade

No entanto, também são os ativos de renda fixa de prazo mais longo que sofrem maior volatilidade pela marcação à mercado.

“É preciso estar atento a essa volatilidade e, caso a inflação nos Estados Unidos suba, o investidor verá esses ETFs perderem valor”, alerta Mancanares.

Para quem quer tem apetite para essa volatilidade, o ETF de longo prazo de maior liquidez é o IShares 20+ Year Treasury (TLT), da BlackRock, que aplica em ativos do Tesouro com prazo acima de 20 ano. O custo para ter esse ETF é de 0,15%.

Continua depois da publicidade

Curto prazo e inflação

Nas contas da Vanguard, ainda ocorrerá um aumento de juros nos EUA, com a taxa terminando na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano. A razão é a inflação ainda persistente e um mercado de trabalho resiliente.

“Nós sempre dissemos que a inflação não cairia magicamente, mesmo quando os problemas da cadeia de suprimentos foram resultados. A pandemia acelerou as mudanças demográficas no mercado de trabalho. A última etapa da redução da inflação pode ser mais desafiadora”, avaliou, em relatório, Andrew Patterson, economista-sênior da Vanguard.

Para passar por esse período sem susto, o investidor pode utilizar os ETFs que seguem os títulos do Tesouro correlacionados a índices de preços. Os dois maiores são o TIP, da BlackRock, e o VTIP, da Vanguard.

Já para o investidor que tem um horizonte mais curto de investimento ou ainda está no início da formação da sua carteira em moeda estrangeira, a opção é o Vanguard Short-Term Bond (BSV), que investe em renda fixa de curto prazo, mas apenas ativos considerados grau de investimento.

Se o intuito é o curto prazo, mas o investidor quer um pouco mais de retorno, há o Vanguard Short-Term Coporate Bond (VCSH), que aplica em ativos corporativos que, mesmo sendo grau de investimento, têm um retorno um pouco acima de um título público.

Guilherme Morais, analista da VG Research, lembra ainda que o investidor que pensa em uma reserva de emergência em moeda estrangeira pode buscar os ETFs de curtíssimo prazo. É o caso do SPDR Bloomberg 1-3 Month T-Bill (BIL), que aplica em ativos com maturação de um a três meses.

“O ETF é um caminho mais simples para o investidor brasileiro que deseja ter renda fixa americana”, afirma.