6 ETFs para investir em teses inexistentes no Brasil (além de IA)

ETFs de biotecnologia, empresas de baixa capitalização e tecnologia estão na lista

Leonardo Guimarães

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A B3 tem pouco mais de 400 empresas listadas, ainda muito atrás do maior mercado financeiro do mundo: nos Estados Unidos, só a Nasdaq tem mais de três mil ações listadas, criando uma vastidão de ativos e setores que não existem ainda no Brasil. Mas, atualmente, qualquer brasileiro pode diversificar seu portfólio com investimentos internacionais, e os ETFs (fundos de índice) são grandes aliados nessa tarefa.

No mercado internacional, é possível encontrar fundos com empresas de biotecnologia, inteligência artificial e outros setores inovadores que, pela limitação do mercado brasileiro acionário brasileiro, fica difícil para o investidor acompanhar.

Segundo Raphael Figueredo, CEO da Eleven Financial, vale investir por ETFs mesmo em setores onde o Brasil tem participação, como o de commodities ou construção civil, já que nosso mercado não tem tantas opções. “Nossos índices disponíveis na B3 não são tão completos, temos deficiências pelo tamanho do nosso mercado”, diz. “Sem sombra de dúvidas, recomendamos a exposição a ETFs”.

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A grande vantagem de investir em temas que o Brasil ainda não tem participação via ETFs é se expor às tendências sem carregar o risco de uma empresa específica, segundo Caio Schettino, head de alocações da Criteria. “Quem garante que a Nvidia será a maior empresa de microchips em dez anos? Mas é possível dizer que o mercado de microchips continuará sendo relevante”, explica. “O ETF te ajuda a acompanhar a tendência com um todo”.

Confira, a seguir, alguns ETFS citados por Figueredo e Schettino que acompanham tendências globais e que podem ser interessantes para a carteira de qualquer investidor interessado em diversificação da carteira:

1. SPDR S&P Biotech (XBI)

A ideia do XBI é expor os investidores ao setor de biotecnologia. A Novavax, que criou vacina contra a Covid-19, tem o maior peso do índice (2,75%). As ações da Alpine Immune Sciences, que se dedica a desenvolver tratamentos de imunoterapia, e da Revolution Medicine, focada em oncologia, também compõem o índice. 

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“Tenho recomendado que os investidores olhem com muito carinho para o setor de biotecnologia, já que é um que não temos no Brasil e tem uma grande oportunidade de crescimento”, diz Figueredo. 

2. Materials Select Sector SPDR Funds (XLB)

Quem investe nesse fundo se expõe a empresas de materiais básicos nos setores químico, de construção, embalagens, metais, mineração e até indústria de produtos florestais. “É bem completo e ajuda o investidor a capturar ganhos com o movimento dos juros nos Estados Unidos”, explica o CEO da Eleven. 

3. Technology Select Sector SPDR Fund (XLK)

Este fundo índice replica o desempenho das ações de tecnologia do S&P 500. Nele, há ações de empresas de hardware, software, serviços de internet e semicondutores. Papéis populares, como as ações da Apple, Microsoft e Alphabet (dona do Google) estão no fundo. 

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4. iShares 7-10 Year Treasury Bond (IEF)

Este é um ETF diferente do restante da lista, ele acompanha o índice Bloomberg Barclays US Treasury 7-10 Year Bond Index, que mede o desempenho de títulos do Tesouro norte-americano com vencimento entre 7 e 10 anos. É, portanto, um ETF de renda fixa. “É um ETF que ganhou notoriedade ultimamente”, destaca Figueredo.

5. S&P 500 Equal Weight (EWI)

O nome já entrega a composição do ETF, que segue um índice que iguala o peso das ações do S&P 500. Como o mercado norte-americano é mais completo que o brasileiro, esta é uma forma de exposição que foge do tradicional e gera retorno interessante aos acionistas: 15,2% nos últimos seis meses.

6. Russel 2000 (RUT)

Para se expor a empresas diferentes nos Estados Unidos, o head de alocação da Criteria ainda cita o Russel 2000, que tem empresas de baixo valor de mercado, o que pode representar oportunidade de acompanhar o crescimento das ações: “vejo um ponto de entrada super atraente”. 

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Bônus: Berkshire Hathaway (BERK34)

Por último, Schettino fala sobre a ação da Berkshire Hathaway, a empresa de Warren Buffett. A gigante do mercado americano tem participação acionária em várias outras companhias e seu CEO é conhecido como o maior investidor de todos os tempos. O especialista brinca: “atua quase como um ETF e sempre tivemos nas carteiras”.