Publicidade
O segundo semestre do mercado acionário começou como os analistas projetavam: os papéis vêm recuperando o preço perdido na primeira metade do ano. O Ibovespa subiu 3,09% em julho após uma queda de 7,6% no primeiro semestre e, ainda assim, os analistas avaliam os preços como atrativos.
“Acreditamos que o Ibovespa pode continuar se recuperando ao longo do semestre. Há riscos, como sempre, mas a assimetria nos chama bastante atenção, como há muito tempo não vemos”, diz Paulo Abreu, sócio e gestor da Mantaro Capital.
A manutenção da Selic em 10,50% ao ano não surpreendeu e, por isso, os analistas seguem confiantes. “Vemos a Bolsa brasileira muito atrativa em termos de preço, só ficam nesses múltiplos pelas condições que foram criadas no Brasil”, avalia Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.
O especialista diz que o investidor tem ainda mais chances de ter bons rendimentos se escolher bem as ações, mesmo as que estão em setores considerados ruins enquanto a Selic está alta. Não à toa, a Cyrela (CYRE3) está entre as mais recomendadas pelas corretoras para investir em agosto.
A Ágora diz que a construtora “é a combinação de operação reconhecidamente de qualidade com liquidez das ações, o que faz dela uma das principais alternativas de investimento no setor em caso de entrada de capital estrangeiro”. Um exemplo de que mesmo em setores penalizados nos últimos meses há oportunidades.
A ação da Cyrela entrou na lista das mais recomendadas de agosto. Todos os meses, o InfoMoney analisa as principais carteiras recomendadas de corretoras, apontando as cinco companhias mais indicadas. Em caso de empate, o número pode ser maior, como ocorreu novamente.
Continua depois da publicidade
O papel da Klabin (KLBN11) estava na lista do mês passado, mas perdeu indicações e deu lugar à Vibra (VBBR3). Petrobras (PETR4) segue como a ação mais recomendadas pelas corretoras.
Confira a seguir as seis empresas mais citadas em agosto, a quantidade de recomendações e os desempenhos de cada papel em julho:
Empresa | Nº de recomendações | Retorno em julho |
Petrobras (PETR4) | 7 | -1,68% |
Itaú (ITUB4) | 6 | 4,53% |
Vale (VALE3) | 6 | -0,94% |
Cyrela (CYRE3) | 4 | 3,39% |
Sabesp (SBSP3) | 4 | 17,70% |
Vibra (VIBB3) | 4 | 10,81% |
O ranking tem empresas consideradas seguras. De olho na Selic a 10,50%, Monica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart, recomenda foca em empresas “com menor volatilidade nos resultados e que mantenham perspectivas positivas para o crescimento de lucros”. Nesse contexto, destacam-se companhias dos setores elétrico, financeiro e de telecomunicações.
Continua depois da publicidade
Vibra (VBBR3)
Entre as elétricas, a Vibra (VBBR3) foi a mais recomendada pelas corretoras. O BB Investimentos diz que a empresa “parece ter iniciado um processo de recuperação do market share perdido ao longo de 2023” e destaca “nível de alavancagem confortável” que abriu espaço para elevar o nível dos dividendos.
Sabesp (SBSP3)
Na Buena Vista, o saneamento básico não é o setor preferido, mas a Sabesp (SBSP3) também entra na lista de preferências: “tem desconto interessante e pode dobrar de valor após o movimento de privatização”, projeta Nobile.
Itaú (ITUB4)
O Itaú (ITUB4), queridinho dos analistas no setor bancário, especialmente após um evento para investidores que animou o mercado. A XP destaca “fala do CEO reafirmando a capacidade de pagamento de dividendos extraordinários em 2024 que também pode ter contribuído para a valorização de suas ações”.
Continua depois da publicidade
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
As gigantes Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) seguem na lista. A Terra Investimentos considera positivo para os investidores a postura de Magda Chambriard, que “compromete-se a continuar a estratégia atual, focada na coerência econômica e manutenção da rentabilidade”.