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O índice de dividendos da Bolsa (Idiv) interrompeu uma sequência de quatro meses consecutivos de ganhos e recuou 2,8% em agosto, para 7.814 pontos. No acumulado de oito meses, o desempenho no ano é positivo em 9,2%, contra 5,5% do Ibovespa.
Com o fim de uma safra de balaços que não empolgou os analistas – em alguns casos, justamente o contrário –, não houve mudanças na lista de ações de dividendos mais recomendadas para setembro.
A novidade em relação a agosto, no entanto, ficar por conta do primeiro lugar, que voltou a ser ocupado pela Vale (VALE3) de forma isolada, com seis apontamentos. A mineradora retomou a condição que havia perdido em maio deste ano para a Engie (EGIE3).
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Neste mês, a empresa de energia elétrica aparece em segundo lugar, ao lado de Petrobras (PETR4), ambas com cinco indicações.
O bloco seguinte traz três papéis empatados com quatro escolhas por parte dos especialistas: Banco do Brasil (BBAS3), CPFL Energia (CPFE3) e Itaú Unibanco (ITUB4).
De maneira geral, a XP Investimentos considerou “fraca” a temporada de resultados do segundo trimestre, com uma queda de 30% no lucro por ação (LPA) do Ibovespa em relação ao mesmo período do ano passado, “refletindo um ambiente macro ainda desafiador”.
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Por conta disso, as projeções de lucros das companhias que compõe o Ibovespa foram revisadas para baixo, em 3% desde o pico recente, diz a XP, com base em informações da Bloomberg. E a corretora espera mais ajustes negativos, conforme os analistas forem atualizando seus modelos.
Apesar disso, a XP mantém sua previsão de valor justo para o Ibovespa em 133 mil pontos para o fim deste ano.
Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate, como ocorreu mais uma vez.
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A análise engloba os portfólios divulgados por dez corretoras.
Veja a seguir as seis empresas selecionadas para setembro:
Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Dividend yield em 12 meses (%) | Retorno em agosto (%) | Retorno em 2023 (%) | Retorno em 12 meses (%) |
Vale | VALE3 | 6 | 6,32% | -3,06% | -22,91% | 6,59% |
Engie | EGIE3 | 5 | 8,69% | -2,16% | 18,62% | 13,29% |
Petrobras | PETR4 | 5 | 27,33% | 6,58% | 61,94% | 36,46% |
Banco do Brasil | BBAS3 | 4 | 10,70% | -0,56% | 45,55% | 26,21% |
CPFL Energia | CPFE3 | 4 | 8,09% | -2,38% | 12,33% | 6,64% |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 4 | 4,68% | -4,17% | 12,61% | 11,52% |
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.
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Leia também:
• Agenda de dividendos de setembro: VALE3, PETR4, EGIE3 e FESA4 pagam nesse mês; veja lista
Vale (VALE3)
A empresa manteve as seis recomendações recebidas no mês passado e, com as revisões de setembro, passa a figurar sozinha no topo do ranking.
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Em relatório, a BB Investimentos comenta que a queda no preço das commodities prejudicou o balanço da Vale no segundo trimestre, no comparativo anual, mas destaca que a companhia segue buscando elevar o retorno ao acionista.
A corretora cita tanto a iniciativa de recompra de ações quanto a distribuição de proventos. No dia 1º de setembro, a mineradora pagou juros sobre capital próprio equivalentes a R$ 1,92 por papel.
Considerando os quatro últimos pagamentos, incluindo o deste mês, o montante alcança R$ 6,07 por ação, o que equivale a um retorno com dividendos de 8,1% pelos cálculos da BB Investimentos – patamar considerado “bastante interessante”.
O risco de curto prazo, segundo os analistas, permanece sendo a falta de estímulos relevantes por parte da China para o setor imobiliário, o que afeta a demanda e o preço das commodities metálicas.
Engie (EGIE3)
A elétrica foi substituída em um dos portfólios analisados e agora tem cinco indicações, dividindo com a Petrobras (PETR4) o segundo lugar no acompanhamento geral.
A Genial Investimentos ressalta que a Engie possui um baixo índice de endividamento e conseguiu se proteger do cenário de preços baixos de energia, recontratando seu portfólio de 2024 e 2025 a níveis acima de 90%, com valores superiores a R$210/MWh.
Segundo os especialistas, o grupo fez o dever de casa, reduzindo o grau de contratação do portfólio de geração e se diversificando em outros segmentos, como energia eólica e gás natural.
Devido a essas características, a Genial entende que a distribuição de dividendos da companhia não corre riscos, a menos que ocorra uma piora do cenário hidroelétrico e uma eventual decisão de ser mais conservadora nos pagamentos.
“Com uma geração de caixa saudável e um considerável pipeline de investimentos entrando em operação nos próximos anos, acreditamos que a performance recente do papel não condiz com a qualidade da empresa.
Petrobras (PETR4)
A petrolífera sustentou os cinco apontamentos vistos em agosto e permanece na vice-liderança entre as mais citadas.
Em sua análise, o BTG Pactual diz acreditar que, em breve, a companhia se aproximará dos limites superiores de sua reserva de lucro, conforme estabelecido em estatuto.
“Portanto, a menos que crie uma reserva estatutária para alocar a forte geração de caixa esperada para o segundo semestre de 2023, a companhia terá que pagar mais do que o estipulado em sua política de dividendos (45% do fluxo de caixa menos capex [investimentos em bens de capital])”, diz o banco.
Os analistas da casa estimam que esse valor extra possa ser de US$ 5,3 bilhões neste ano, equivalente a um retorno de 6%, recuando para US$ 4 bilhões em 2024 (yield de 5%).
“Combinado com nossas estimativas com base na política de dividendos de US$ 5,9 bilhões (yield de 7%) e US$ 11,8 bilhões (yield de 13%) para o segundo semestre de 2023 e 2024, isso poderia resultar em yields de 13% para 2023 e 18% para 2024.”
CPFL Energia (CPFE3)
A companhia tem quatro recomendações em setembro, uma a menos que no mês passado, e aparece em terceiro lugar, ao lado de Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4).
“Acreditamos que a CPFL é uma boa opção para os próximos meses, pois seu valuation continua atraente (TIR real de 9,5%) e o fluxo de caixa da empresa permanece estável, com risco limitado”, diz a Santander Corretora.
Pelas contas da instituição, o retorno com dividendos projetado para este ano é de 13%.
Para os próximos meses, os especialistas esperam que a empresa esteja focada em novas oportunidades de investimentos, com destaque para os próximos três leilões de transmissão; nos empreendimentos em andamento; e nas discussões sobre a renovação das concessões de geração e distribuição.
Banco do Brasil (BBAS3)
A instituição também contabiliza quatro escolhas por parte de analistas neste mês.
Em relatório sobre o balanço do segundo trimestre, a Ativa Investimentos comenta que o resultado veio levemente abaixo das estimativas bastante positivas do mercado em geral.
O lucro líquido do período ficou em R$ 8,3 bilhões, com alta de 8,7% no comparativo anual.
“O Banco do Brasil continua a apresentar sólida expansão em seu top line, enquanto o resto do setor é mais restritivo”, diz a corretora. “Por outro lado, as provisões estão sendo maiores, principalmente no momento em que o índice de cobertura se encontra em um patamar mais próximo do ideal.”
A Ativa comenta também a atualização de estimativas divulgada pelo BB no mês passado.
“Com expectativas de um 2S23 [segundo semestre] mais forte, as projeções de crescimento da carteira de crédito saíram de uma banda de 8% a 12% para 9% a 13%, impulsionado por melhores estimativas do crédito PJ [pessoa jurídica] e agro”, diz a instituição.
Em função disso, e de melhores horizontes quanto aos spreads, as previsões de avanço da margem financeira bruta passaram de 17% a 21% para 22% a 26%.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O banco encerra a lista de destaques de setembro, também com quatro recomendações.
No BTG, o Itaú segue como top pick entre as ações do setor no país, levando em conta o “forte crescimento comercial nos últimos trimestres, impulsionado por uma transformação cultural”.
Para este ano, os analistas projetam um avanço de 15% no lucro líquido da instituição, após um crescimento aproximado de 20% em 2022.
“O Itaú continua mostrando um conjunto de resultados que se destaca em relação aos seus pares, principalmente devido à qualidade de seus ativos, garantindo inclusive um nível mais controlado de inadimplência (melhor que nossas expectativas).”
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