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SÃO PAULO – Reequilibrar uma carteira de investimentos é sempre um desafio. Caso o investidor o faça com muita constância pode acabar saindo cedo demais de uma aplicação e perder uma rentabilidade robusta. Já se ele esperar tempo demais, o mercado pode forçá-lo a mudar de estratégia contra a sua vontade, conforme aponta o colunista do The New York Times, Paul J. Lim.
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“Se o mercado de ações estiver se valorizando muito, por exemplo, você pode estar com mais ações do que aquelas que o fariam se sentir confortável. Se o mercado de títulos estiver subindo, você pode ter ido longe demais na direção da renda fixa, mesmo que você queira ter mais ações”, exemplifica Lim.
No entanto, reequilibrar um portfólio tem se tornado uma difícil missão atualmente. Tradicionalmente, a regra manda que quando as ações estiverem na alta é hora de vendê-las, e o dinheiro obtido nessa venda provavelmente seria realocado para renda fixa. O problema é que os tradicionais títulos públicos têm gerado um retorno baixo para os seus detentores.
Diante desse cenário, o colunista afirma que não há uma única recomendação que possa ser feita e que se encaixe no caso de todos os investidores, pois cada um guarda suas peculiaridades. Por isso, Lim reuniu as sugestões de 5 especialistas do mercado financeiro para dar um norte aos investidores que não sabem como reequilibrar suas carteiras.
Confira as dicas dos especialistas:
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1 – Para o chefe de investimento da Westwood Holdings Group, Mark R. Freeman, o mais importante é manter o curso das suas aplicações e rebalancear o portfólio quando ele não estiver mais em sintonia com a sua tolerância a riscos.
“Só porque os investidores estão receosos com os títulos, não é motivo para deixar sua carteira superexposta a ações que estejam propensas a perder muito mais valor do que os títulos em uma correção do mercado”, ressalta Freeman.
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2 – Quem compartilha da mesma opinião é o presidente da Evensky & Katz Wealth Management, Harold Evensky. Segundo o especialista, o principal é manter sua política de investimento, mas ajustando-a as condições do mercado.
Um exemplo dado por Evensky é encurtar a duração do investimento na carteira através de um fundo de curto prazo que é menos propenso a perda de valor .
3 – Já a planejadora financeira da T. Rowe Price, Judith Ward, acredita que retirar o dinheiro de uma aplicação para alocá-lo em outra é mais indicado para investidores experientes. Entretanto, é preciso se assegurar de que a sua carteira de renda fixa é bem diversificada e abrange as principais áreas do mercado.
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“Se você diversificar e tiver exposição em títulos nacionais e internacionais, governamentais e privados e títulos de diferentes durações, seu portfólio dificilmente vai sofrer tanto quanto poderia em um cenário muito ruim”, afirma a planejadora.
4 – Muitas pessoas acreditam que ao aplicar em um fundo de previdência estarão diversificando na renda fixa, assim como um ETF (Exchange Traded Fund) que aplica em diversas ações de um índice específico. No entanto, a estrategista de renda fixa do Centro de Pesquisa Financeira Schwab, Kathy Jones, afirma que a estratégia é falha.
“No final do dia, muitos desses fundos podem ter diversos títulos, mas você não consegue muita diversificação e tudo o que você consegue são rendimentos muito baixos”, pontua.
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5 – O fundador do Vanguard Group, John Bogle, afirma que os investidores individuais devem ter apenas 1/3 do seu capital aplicado em títulos do Tesouro. Apesar de ser necessário reequilibrar o portfólio, Bogle afirma que ninguém deve seguir essa prática “servilmente”, pois durante períodos muito longos o reequilíbrio não vai obrigatoriamente resultar em lucros.
O especialista também sugere que o investidor estabeleça limites básicos. Ao invés de reequilibrar a cada ano, ele pode estabelecer um intervalo de 5 pontos percentuais ou mais em torno de sua meta de alocação, por exemplo. “Se estiver com 60,4% em ações (quando a meta era 60%), não é necessário se movimentar para fazer uma realocação tão pequena”