11 FIIs de ‘tijolo’ que ainda estão descontados apesar da valorização de agosto, na visão de especialistas; entenda

Há fundos que investem diretamente em imóveis com cotas sendo negociadas por 71% do valor patrimonial, mostra levantamento

Wellington Carvalho

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Prejudicados pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19, os FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – ensaiam uma retomada em agosto, após longo período de queda nas cotações. No mês, essa classe de fundos imobiliários registra valorização de 7%, bem acima da média do mercado. Mesmo com a forte alta, ainda há fundos sendo negociados com bons descontos, apontam especialistas.

O tema foi um dos destaques da edição desta terça-feira (23) do Liga de FIIs, que tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. O programa contou também com a participação de Diogo Arantes, especialista em fundos imobiliários e criador do canal FII Fácil.

Embora ainda exista cautela em torno da solidez da tendência de alta dos fundos de “tijolo”, algumas carteiras já ostentam rendimentos de mais de 23% no mês, como é o caso do RBR Properties (RBRP11).

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Em média, os FIIs focados em galpões logísticos, escritórios e shoppings acumulam valorização de 7% no mês, enquanto os fundos de “papel” – que investem em títulos de renda fixa – operam na estabilidade. O Ifix, que reúne os FIIs mais negociados na B3 sobe 4%.

Apesar do desempenho nas últimas semanas, Otuki aponta que ainda há muitos fundos desvalorizados no mercado. Utilizando dados do Clube FII, ele cita pelo menos onze carteiras que apresentam desconto nas cotações e devem ficar no radar dos investidores.

Considerando o indicador P/VPA (preço sobre valor patrimonial), há fundos sendo negociados por até 71%% do valor patrimonial, como é o caso do JS Real Estate Multigestão (JSRE11) e do Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11).

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Confira a lista completa, que inclui a valorização da carteira em agosto e a respectiva taxa de retorno com dividendos (dividend yield) nos últimos 12 meses:

Fundo Ticker Segmento P/VPA Dividend Yield – 12 meses (%) Retorno – Agosto (%)
Rio Bravo Renda Corporativa RCRB11 Lajes corporativas 0,71 6,20 11,85
JS Real Estate Multigestão JSRE11 Lajes corporativas 0,71 7,49 6,92
Xp Industrial XPIN11 Logística 0,74 7,87 16,15
CSHG Real Estate HGRE11 Lajes corporativas 0,86 8,29 14,17
Bresco Logística BRCO11 Logística 0,88 7,44 4,91
HSI Malls HSML11 Shopping 0,88 8,35 11,96
Vinci Offices VINO11 Lajes corporativas 0,91 9,05 11,57
Hedge Brasil Shopping HGBS11 Shopping 0,93 6,97 10,66
VBI Logístico LVBI11 Logística 0,93 8,40 8,32
Vinci Shopping Centers VISC11 Shopping 0,95 7,61 8,25
VBI Prime Properties PVBI11 Lajes corporativas 0,98 7,23 6,09

Fonte: Clube FII e Economatica (23/08/2022)

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Voo de galinha ou retomada dos FIIs de “tijolo”?

Maria Fernanda reforça que um conjunto de fatores explica essa espécie de rali dos FIIs de “tijolo”, que passa pela deflação registrada em julho e também pela sinalização do fim do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic.

No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,68%, ao mesmo tempo em que parte do mercado já considera que a Selic – atualmente em 13,75% ao ano – chegou ao topo ou deve ter um aumento residual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em setembro.

Apesar dos fatores macroeconômicos, Maria Fernanda ainda sente falta de um fator específico do segmento de FIIs que sustente uma retomada definitiva dos fundos. Além disso, ela pondera que as eleições se aproximam, e este é um evento que indiretamente mexe com o humor dos investidores.

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“É bem cedo para falarmos que é um voo de galinha ou que a tendência de alta veio para ficar”, reflete Maria Fernanda. “É esperada sim a recuperação dos fundos de ‘tijolo’, mas não podemos descartar o período de forte volatilidade que devemos enfrentar no curto prazo”, alerta a analista, referindo-se ao período eleitoral.

Na avaliação de Arantes, a recente alta dos FIIs de “tijolo” também embute certa euforia dos investidores diante da perspectiva de fim do aperto monetário e da própria desvalorização dos fundos. Mas isso não significa que não exista oportunidades no mercado, afirma o criador do canal FII Fácil.

“Fizemos recentemente um levantamento que indicou que, em média, os fundos de ‘tijolo’ apresentavam desvalorização de 25%”, relembra. “Alguns desses fundos já subiram bem, mas ainda estão longe do valor patrimonial, ou seja, ainda têm potencial de valorização”.

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Entre as oportunidades atuais, Arantes inclui também fundos de “papel”, que caíram recentemente com o cenário de deflação – o que tornou alguns deles atrativos neste momento.

Leia mais:

Mais análises do Diogo Arantes e a sua relação com os fundos imobiliários podem ser conferidas na edição de terça-feira (23) do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.