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A Americanas (AMER3) realiza, na próxima sexta-feira (10), assembleia geral extraordinária (AGE) para deliberar sobre o grupamento das ações da companhia. Recentemente, outras duas varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), adotaram o mesmo procedimento.
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De forma geral, o grupamento de ações, ou inplit, representa a junção de várias ações de uma determinada empresa em um único papel e, desta forma, eleva o valor do ativo.
No caso da Americanas, o conselho de administração propõe um grupamento na proporção de “100 ações ordinárias para 1 ação da mesma espécie”, como confirma documento de convocação para a AGE da companhia.
O grupamento não altera o patrimônio do investidor alocado na empresa e tem, entre outros objetivos, reduzir a volatilidade do papel. Confira mais dúvidas sobre o grupamento de ações e o que se pode esperar no caso das varejistas.
- Por que realizar o grupamento das ações?
- É positivo para a empresa o grupamento de ações?
- O grupamento pode conter a tendência de queda da ação?
- Como fica o patrimônio do investidor após o grupamento de ações?
- Bahia (BHIA3), Magalu e Americanas; o que acontece com as varejistas
Por que realizar o grupamento das ações?
“Ações com preços muito baixos estão mais expostas a ataques especulativos”, explica Eurico Rodrigues, head de ações do Desmistificando Research. “Por isso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recomenda que a empresa não deixe que isso permaneça por muito tempo”, completa.
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Desde o início de sua crise, desencadeada no início do ano passado, por conta de inconsistências no balanço, o preço de AMER3, por exemplo, caiu de R$ 12 para R$ 0,54 e agora enquadram-se como “penny stocks” – ou seja, ações que valem menos de 1 real.
É positivo para a empresa o grupamento de ações?
O maior benefício direto do grupamento tanto para empresa como para os acionistas é exatamente a diminuição da volatilidade nos preços da ação, afirma Luís Nuin, analista de investimentos.
“Quando um papel tem um valor muito baixo, qualquer mínima alteração terá um efeito bastante grande”, contextualiza. Em um mundo ideal, o valor da ação não deve ser tão alto a ponto de tornar o lote mínimo de negociação um valor muito elevado, nem tão pequeno a ponto de fazer com que as menores oscilações de preço representem variações percentuais relevantes”, resume.
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O grupamento pode conter a tendência de queda da ação?
“Não é incomum uma empresa continuar caindo após um grupamento”, observa Rodrigues. “Mas isso não se deve ao grupamento em si, e sim à manutenção da desconfiança do mercado”, pontua.
Nuin acrescenta que o procedimento não altera em nada os fundamentos da empresa, tampouco suas demonstrações financeiras.
Como fica o patrimônio do investidor após o grupamento de ações?
O grupamento não reduz nem eleva o patrimônio do acionista da empresa, explicam os especialistas, que citam o exemplo do investidor que tinha mil ações – cujo valor unitário é de R$ 1 – que foram agrupadas na razão de duas para uma.
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Com o inplit, este investidor fictício passará a ter 500 ações e o preço unitário dos papéis passará a ser de R$ 2 – ou seja, o patrimônio investido ainda será de R$ 1 mil.
Saiba mais:
Bahia (BHIA3), Magalu e Americanas; o que acontece com as varejistas
No ano passado, o grupo Casas Bahia (BHIA3) já havia realizado grupamento das ações na proporção de 25 para 1, seguindo um caminho natural para as empresas do varejo, segundo Nuin.
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“Essas empresas, outrora quase que coqueluches no mercado, acabaram sofrendo bastante com as condições de mercado”, explica. “Além da questão contábil da Americanas, essas empresas foram diretamente atingidas por condições adversas de mercados e pelo aumento da competição”, detalha.
Nuin acrescenta que os grupamentos podem dar um pouco de estabilidade nos preços das ações, evitando que os papéis se tornem alvo fácil para o mercado mais especulativo.