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“A bolsa de valores irá superar os 135 mil pontos até o final do ano?” Essa é uma pergunta que investidores e analistas se fazem diariamente no mercado financeiro. No mundo olímpico brasileiro, essa pergunta seria o equivalente a: “O Brasil vai quebrar o recorde de medalhas conquistado na Rio 2016?”
Até o momento, tudo indica que sim. A expectativa é que ao menos o número de medalhas seja quebrado, muito em virtude da entrada de skate e surfe no programa olímpico. Até aqui, essas modalidades nos deram três medalhas, com mais boas possibilidades vindo. Com dois ouros, três pratas e cinco bronzes, o Brasil está melhor do que estava no mesmo ponto da disputa há cinco anos no Rio de Janeiro. Ao final da Olimpíada de 2016, o país conquistou 19 medalhas no total, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze.
Para que o objetivo seja alcançado, o dia de hoje é fundamental. O Brasil tem boas chances de medalhas, com muitos atletas – ativos para nós, da carteira olímpica – que tem tudo para ir ao pódio. Vamos a uma lista de todos que podem medalhar e que, se fossem ativos listados em bolsa, teriam tudo para iniciar o pregão de amanhã em alta.
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Alison dos Santos
A maior chance de medalha estará com Alison dos Santos. Incluímos o atleta dos 400 metros com barreiras na carteira olímpica já no mês passado, muito em função dos resultados espetaculares obtidos ao longo de 2021.
O atleta quebrou várias vezes o recorde sul-americano, que perdurava desde 1995, além de ter subido ao pódio em diversas ocasiões. Sem sentir a pressão da estreia olímpica, Piu, como é conhecido, avançou à final com tranquilidade, quebrando novamente o próprio recorde sul-americano e se soltando muito nos minutos finais, com a vaga entre os finalistas assegurada.
Se fosse um ativo e o investidor tivesse que escolher apenas um entre todos os que citaremos, Alison dos Santos seria a aposta mais segura, além da mais descontada em virtude de não ter aparecido muito na grande mídia até aqui. Piu seria um grande exemplo de small cap.
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Pesa contra ele o fato de que o ouro parece pouco provável. Existe um norueguês que é um fenômeno mundial dos 400 metros com barreiras. Em abril, correndo em prova contra Alison e o vencendo, o nórdico quebrou o recorde mundial da distância, que já durava desde a Olimpíada de Barcelona em 1992.
A prova eletrizante está marcada para 0h20min do horário de Brasília.
Martine Grael e Kahena Kunze
Incluídas na carteira na última sexta-feira, as atuais campeãs olímpicas da classe 49erFX da vela eram para ter disputado a regata da medalha no início desta segunda-feira (2). Mas a falta de ventos na Baía de Enoshina adiou a decisão para a terça feira no Japão.
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Resumidamente, Martine Grael e Kahena Kunze são as atuais campeãs olímpicas na classe 49erFX da vela e ostentam um currículo para lá de vitorioso. As duas têm juntas um título mundial e quatro medalhas de prata. Em 2021, subiram ao pódio em algumas competições importantes, chegando com moral em Tóquio.
Após as dez regatas de classificação, terminaram na segunda colocação geral, com um ponto atrás das líderes. Isso faz com que elas dependam apenas de si mesmas para o bicampeonato olímpico.
Se fôssemos pensar nas duas como ativo listado em bolsa, diríamos que apostar nas duas é uma opção segura, muito em função de sólido histórico, entrosamento da dupla e boa performance em momentos decisivos.
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Na final da Rio 2016, por exemplo, as duas chegaram à regata da medalha (que conta apenas com os 10 primeiros colocados após a classificação) exatamente na mesma situação de hoje, precisando parar duas neozelandesas. O final foi dramático, com as duas ultrapassando as rivais nos metros finais. A dupla seria uma grande blue chip da bolsa de valores olímpica.
O ponto negativo das duas é a classificação atual. Além das brasileiras e das líderes holandesas, os barcos da Espanha e da Alemanha também brigam pelo ouro, com a Grã-Bretanha também batalhando pelo pódio. Como a vela é um esporte onde nem tudo é controlado pelo ser humano, uma performance ruim na Regata da Medalha pode deixar as duas de mãos abanando. O risco da vela é maior do que os 400 metros com barreiras de Alisson dos Santos.
Se os ventos permitirem, a Regata da Medalha da 49erFX ocorre nessa terça-feira, por volta das 2h30 do horário de Brasília.
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Isaquias Queiroz e Jacky Goodman
Esta é outra grande aposta do Comitê Olímpico Brasileiro para ajudar na quebra do recorde de medalhas. Se fosse um ativo, Isaquias Queiroz seria aquela empresa que explodiu na bolsa após realizar seu IPO.
Desconhecido pela maioria dos brasileiros até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, o baiano se tornou um fenômeno da canoagem velocidade, a ponto de ter se tornado o brasileiro que mais medalhas conquistou em uma só edição dos Jogos Olímpicos. Foram três, sendo duas de prata e uma de bronze. Além disso, o canoísta ostenta 13 medalhas em campeonatos mundiais, em diferentes provas.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, poderá igualar a marca histórica de cinco pódios olímpicos dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, e se tornar recordista em medalhas olímpicas representando o Brasil. No Japão, disputará uma prova individual e uma em dupla, que é justamente a que ocorre no dia de hoje.
Se fosse um ativo, estaria com o preço alto, mas com chances de crescimento a partir de amanhã. Seu sólido histórico e capacidade de entregar resultados em grandes competições o fazem grande candidato a subir ao pódio.
Pesa contra ele dois fatores. O primeiro é que o grande mentor por trás de todas as suas conquistas já não está mais com ele. O espanhol Jesus Morlán, ex-técnico e gênio da canoagem velocidade, faleceu em 2019 em decorrência de um câncer. Ainda assim, Isaquias sempre performou bem sem o suporte de seu mentor e também fará de tudo para homenageá-lo no Japão.
A prova de hoje será a do C2 1000m. Nela, Isaquias é candidato ao pódio, e não favorito ao ouro como na prova individual, que ainda está por vir. Uma das razões é que Erlon de Souza, seu parceiro de C2 1000m na Rio 2016, não pôde participar da Olimpíada de Tóquio em virtude de uma lesão. Remará Jacky Godman, com quem levou uma medalha de prata em uma importante etapa da Copa do Mundo de Canoagem.
A inexperiência olímpica de Goodman pode prejudicar Isaquias. Nas eliminatórias, por exemplo, os dois não conseguiram a vaga direta à semifinal, ficando atrás de uma dupla chinesa campeã mundial e de dois cubanos favoritos ao pódio. Somente os dois primeiros foram direto para as semifinais, restando aos brasileiros colocar o barco na água mais uma vez em nova tentativa de avançar. Nas quartas era necessário passar entre os três primeiros de cinco e eles conseguiram com folga, chegando em primeiro.
As semifinais ocorrem às 21h52min desta segunda-feira. Se avançarem, as finais ocorrem às 23h55min.
Outros ativos
A madrugada ainda pode garantir mais medalhas ao Brasil. São atletas que não têm tantas chances quanto os anteriormente citados, mas, que se fossem ativos, poderiam ser opções com maior risco e talvez maiores retornos.
Flávia Saraiva pode se tornar a segunda mulher medalhista olímpica na prova da trave. A ginasta tem o aparelho como um de seus diferenciais e sempre tem boas apresentações. Vale lembrar que a trave é um dos elementos mais difíceis. É comum ver favoritos perdendo suas chances ao cair da fina tábua de 10cm.
Regular, costuma chegar sempre à final, e figurar entre as melhores. Na Rio 2016, foi a 5ª colocada. Pesa contra Flavinha a lesão que teve nas eliminatórias do Individual Geral em Tóquio, que a fez desistir da final do solo. Além disso, a trave será a única prova em que a americana Simone Biles, que passa por problemas que a fizeram desistir de outros aparelhos, participará.
Campeão olímpico no salto com vara em 2016, Thiago Braz se classificou novamente para brigar pelo bicampeonato. O saltador teve um ciclo olímpico bastante irregular e nada leva a crer que subirá ao pódio novamente. Soma-se a isso uma forte concorrência. Da Rio-2016 para cá, conseguiu apenas um quinto lugar no Mundial de 2019 e um vice-campeonato sul-americano no mesmo ano.
O favoritismo da prova hoje é de Armand Duplantis. Nascido e criado nos Estados Unidos, mas filho de mãe sueca, Duplantis teve uma ascensão rápida na modalidade, se tornando o novo recordista mundial. Seu grande rival, o americano Sam Kendricks, contraiu Covid-19 e não disputou a prova em Tóquio.
O francês Renaud Lavillenie não foi bem no Mundial de 2019, sequer passando à final. Fará sua despedida olímpica em Tóquio e pode sim brigar por medalha. Dois poloneses também entram na disputa: Piotr Lisek, que foi bronze no Mundial de 2019, e Pawel Wojciechowski, campeão mundial em 2011.
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