WSJ: otimismo de Lula sobre pré-sal se mantém vivo, mas ainda há desafios para Petrobras

Matéria diz que novos dados da companhia demonstraram que o otimismo do então presidente Lula em 2007 após a maior descoberta de reservas de petróleo da Petrobras se mantém vivo

Marina Neves

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SÃO PAULO – Indo na contra-corrente, nesta sexta-feira (8), o Wall Street Journal publicou matéria elogiando a produção de pré-sal brasileiro realizada pela Petrobras (PETR3; PETR4), aproveitando o momento em que a petrolífera se prepara para divulgar seus resultados para o segundo trimestre.

De acordo com a matéria, alguns novos dados da companhia demonstraram que o otimismo do então presidente Lula em 2007 após a maior descoberta de reservas de petróleo da Petrobras se mantém vivo. “Segundo a Petrobras, os campos do pré-sal estão produzindo mais de 500.000 barris de petróleo por dia, cerca de três vezes mais que em 2012, e já representam perto de 25% da produção total da empresa, de dois milhões de barris por dia.”

Ainda de acordo com o jornal, a Petrobras se encontra produzindo muito rápido em uma das regiões mais desafiadoras do mundo, dadas todas as dificuldades da exploração na região do pré-sal, onde os depósitos se encontram a 320 km de distância da costa e enterrados em solo oceânico abaixo de uma grossa camada de sal.

Porém, mesmo com os dados positivos, a Petrobras se vê em meio a uma “batalha”, já que sua meta – ambiciosa – de se tornar um dos 5 principais produtores de petróleo do mundo até 2020 deverá esbarrar em diversos fatores que fizeram a petrolífera se transformar na produtora de petróleo mais endividada do mundo. 

Dentre os motivos, de acordo com o WSJ, está o fato de que o governo “esmagou” a lucratividade da empresa após obrigar a petrolífera a vender gasolina importada a um preço abaixo do custo para combater a inflação. Além disto, contribuem os empréstimos para financiar a exploração dos campos de pré-sal, que deverão chegar a R$ 102 bilhões até 2018.

Visto o cenário da petrolífera, o jornal acredita que, ainda assim, “não há dúvida que a descoberta do pré-sal remodelou a indústria de petróleo do Brasil. Agora, mais plataformas de exploração em águas profundas, navios de abastecimento e unidades de armazenamento flutuantes estão operando no país que em qualquer outro lugar no mundo, de acordo com a firma IHS”.

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Por fim, o WSJ ainda faz um apanhado de todas as dificuldades que a Petrobras ainda encontra com os campos de pré-sal, já que a exploração destas áreas demandam muita tecnologia, tubos de aço especiais (que não corroem com o sal), imagens 3D, além de uma frota marítma potente e helicópteros maiores para o transporte dos trabalhadores da petrolífera. 

A Petrobras, por sua vez, está se empenhando na produção destes campos, já que os campos antigos da produtora de petróleo estão com a produção cada vez menor e, para manter sua meta de produção, não há outra saída. 

“Ninguém no mundo produziu nessas condições”, disse Edmundo Marques, ao jornal. Ele é um ex-executivo da Petrobras que hoje é chefe de exploração da petrolífera Ouro Preto Oléo e Gás.