Via Varejo fatura R$ 1,1 bi na Black Friday; CEO diz estar “de volta ao jogo”

No terceiro trimestre de 2019, o grupo faturou R$ 6,5 bilhões ou cerca de R$ 70,6 milhões por dia

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Depois de uma Black Friday problemática em 2018, a Via Varejo (VVAR3) garantiu seu espaço na data em 2019: a dona das Casa Bahia, Pontofrio e Extra.com faturou R$ 1,1 bilhão na última sexta-feira (29) – graças ao esforço de logística e à integração “omnicanal”. Para ter uma base de comparação, no terceiro trimestre de 2019, o grupo faturou R$ 6,5 bilhões, o que representa uma média diária de R$ 70,6 milhões.

“Esse valor marca a grande virada da companhia e deixou claro para todos que a Via Varejo voltou para o jogo”, afirmou Roberto Fulcherberguer, CEO da companhia, em entrevista ao InfoMoney.

Neste ano, a empresa fez o dever de casa ao finalmente anunciar a integração entre o online e lojas físicas, movimento já realizado anteriormente pelas principais concorrentes, como Magazine Luiza e a B2W.

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Segundo o CEO, 48% das vendas desta Black Friday foram feitas via internet, e o cliente pôde optar entre receber em casa ou buscar em alguma unidade mais próxima – a entrega dentro do período de sete dias era uma das promessas da empresa pré-Black Friday.

“Tudo o que foi vendido e aprovado na sexta-feira (29) será entregue nesta semana, sem falta”, garante o CEO.   

Embora Fulcherberguer não tenha revelado a porcentagem de clientes que escolheram retirar presencialmente o produto, ele afirma que a medida integrada teve um impacto positivo.

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“A integração foi muito significativa e impactou positivamente nossos resultados. No ano passado, os estoques dos produtos ofertados no online estavam concentrados em dois centros de distribuição e não se misturavam com os estoques das lojas físicas. Mas nesse ano tudo está integrado: o estoque online está disponível em todos os centros de distribuição. Por isso, conseguimos entregar em sete dias e ofertar a retirada nas lojas”, explica o CEO. Segundo ele, o grupo está operando em 100% das lojas com a opção do “Retira Fácil”.

Especialistas consultados pelo InfoMoney já haviam alertado que uma operação “omnicanal” para o grupo seria essencial. 

Menos erros e menos ruídos

Além da logística, outro diferencial para a operação ter sido bem-sucedida foi o suporte de sistema, um dos grandes problemas da empresa no ano passado, quando o sistema caiu e penalizou fortemente as vendas.

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“Não tivemos qualquer instabilidade em nenhum momento da Black Friday. Se no dia com o maior pico no ano conseguimos manter o sistema de pé de maneira eficiente, imagina nos outros dias do ano”, comemora.

O Magazine Luiza passou por alguma instabilidade, mas afirmou ter resolvido rapidamente. Ainda assim, o CEO aproveitou a oportunidade para alfinetar a concorrência sem citar nomes. “Planejamos, preparamos e executamos super bem. Ninguém de varejo eletrônico sonhou em vender 1,1 bilhão em um único dia. Dominamos a Black Friday, a concorrência saiu do ar e aproveitamos para capturar essas vendas. Ano passado enfrentamos esse problema e nos superamos neste ano”, afirma.

De acordo com o ReclameAqui, considerando o período entre 11h do dia 27/11 e 00h de 30/11, o Magazine Luiza ficou em oitavo e a Casas Bahia em nono lugar entre os 10 mais reclamados.

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O CEO argumenta que neste ano em “vários momentos” as empresas do grupo nem apareceram no ranking. “De maneira geral, diminuímos os ruídos com o consumidor”, diz.

O primeiro lugar ficou com o Burger King, seguido pelo arquirrival McDonald’s após enfrentarem problemas com as ofertas da data. 

Fulcherberguer acredita que a empresa está “escalável para fazer mais vendas com plataforma, agora mais robusta, que já possui” e a expectativa é de um fim de ano bastante sólido. 

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.