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SÃO PAULO (Reuters) – A mineradora Vale (VALE3;VALE5) lamentou neste domingo a morte de seu ex-presidente Roger Agnelli, que morreu na queda de um monomotor no sábado na zona norte de São Paulo com outras seis pessoas.
“A Vale e seus empregados se solidarizam com a dor dos familiares e amigos do executivo que tanto contribuiu para o desenvolvimento da nossa empresa”, afirmou a empresa em nota.
“Durante os dez anos em que Roger presidiu a Vale, a companhia se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo. Foi durante sua gestão que a Vale intensificou sua estratégia de expansão global, que levou a Vale a um novo patamar no mercado global de mineração”, disse a empresa.
Na queda do avião, além de Agnelli, morreram sua esposa, seus dois filhos, o genro, a namorada do filho de Agnelli e o piloto.
O avião prefixo PRZRA decolou do Campo de Marte às 15:20, com destino ao Rio de Janeiro (aeroporto Santos Dumont), mas caiu três minutos depois.
Conhecido por sua disciplina e temperamento forte, Agnelli chegou ao cargo mais alto da Vale em julho de 2001, após 19 anos como executivo do Bradesco, um dos acionistas controladores da Vale.
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Na gigante da mineração ele implementou uma cultura de meritocracia e transformou a Vale na maior exportadora brasileira na maior parte da última década.
Em 2012 ele fez uma parceria com o banco BTG Pactual para criar a B&A Mineração, uma companhia de investimentos focada no setor de mineração.
VOCAÇÃO PARA ACORDOS
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Nascido em 3 de maio de 1959 de uma família de classe média em São Paulo, Roger Agnelli estudou economia na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), na capital paulista.
Começou sua carreira na divisão de finanças corporativas e banco de investimentos do Bradesco. Sua vocação para traçar acordos complexos lhe geraram elogios de seus chefes, os quais fizeram dele, aos 29 anos, o mais jovem vice-presidente sênior do Bradesco.
Na Vale, ele implementou um plano de transformação baseado em metas ambiciosas. Durante seu tempo à frente da mineradora, as receitas cresceram em 13 vezes e os gastos de capital dispararam mais de 20 vezes.
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No entanto, gerenciar a Vale como uma multinacional o colocou em conflito com o governo, que queria que a companhia mudasse da exportação de minério bruto para produtos de maior valor agregado, como aço e fertilizantes, a fim de gerar mais empregos.
O governo tem influência na companhia através de participações indiretas detidas por fundos de pensões estatais.
Agnelli entrou em conflito com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao demitir 2 mil trabalhadores no começo da crise financeira global de 2008. Meses depois, ele acusou membros do PT de tentarem instalar agentes dentro da Vale e buscar maior influência nas principais decisões.
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Seu estilo brusco irritou clientes na Europa e no Japão, assim como governos regionais e políticos que eram cruciais para uma companhia que dependia de licenças públicas, de acordo com ex-funcionários que pediram para não ser identificados.
Dilma Rousseff aumentou a pressão sobre Agnelli e conseguiu sua saída da Vale em maio de 2011, poucos meses após ter assumido o cargo.
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