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SÃO PAULO – Depois de anunciar ao mundo que foi o primeiro país a registrar uma vacina contra o novo coronavírus, a Rússia afirmou que trabalha no desenvolvimento dela há seis anos, de acordo com o canal americano CNBC.
Mas isso não quer dizer que a Rússia o surgimento do coronavírus meia década antes de o surto começar. O que os cientistas fizeram foi aproveitar dos estudos preliminares de outras vacinas e aplicar esses resultados na de covid-19, acelerando o processo de desenvolvimento.
Como explicou Kirill Dmitriev, CEO do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF), o desenvolvimento de uma vacina para o Ebola e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) – doença também causada por um coronavírus – ajudaram a criar uma vacina contra a covid-19.
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“Tivemos a sorte do novo coronavírus ser muito próximo do Mers. Tínhamos uma vacina praticamente pronta para uso no Mers, estudada por anos. Ela foi ligeiramente modificada para ser a vacina do coronavírus”, disse Dmitriev em entrevista à CNBC.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que nenhuma vacina ou tratamento para Mers está disponível atualmente, mas explica que existem vários em desenvolvimento, muitos deles desde meados de 2012, quando a doença apareceu. Já sobre a vacina do ebola, apenas em dezembro de 2019 uma vacina foi aprovada.
O CEO do RDIF ainda disse que a produção em grande escala da vacina russa contra o coronavírus, batizada de “Sputnik V,” para mercados estrangeiros está prevista para começar em setembro. Ainda, acrescentou que o país já recebeu pedidos preliminares de mais de 1 bilhão de doses da vacina de 20 países diferentes.
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A Rússia, junto com parceiros estrangeiros, “já está preparada para fabricar mais de 500 milhões de doses de vacina por ano em cinco países, e o plano é aumentar ainda mais a capacidade de produção”, disse. Ainda segundo Dmitriev, a vacina poderia estar disponível em escala global ainda em novembro.
“Nosso ponto para o mundo é que temos essa tecnologia, ela pode estar disponível em seu país em novembro/dezembro se trabalharmos bem com seu regulador. Pessoas muito céticas não terão essa vacina e desejamos boa sorte a elas no desenvolvimento deles ”, disse ele.