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A Novonor (antiga Odebrecht) deu sinal verde nesta terça-feira (4) para que a Unipar (UNIP6) avance mais um passo na negociação de aquisição da Braskem: fez o convite para o início do processo de “due diligence”, que envolve a análise mais aprofundada dos números da petroquímica. Para seguir adiante, entretanto, a Unipar quer garantia de exclusividade nessa etapa de investigação estruturada, fundamental nos negócios de aquisição. E essa garantia ainda não foi concedida – o que, tecnicamente, significa que outros interessados pela empresa seguem no páreo.
A exclusividade é a garantia de que, durante a “due diligence”, a negociação com outros interessados fica suspensa. Essa cláusula é considerada importante porque a análise é um processo caro, demorado e demanda a mobilização de uma equipe de profissionais especializados. Por isso, para que essa etapa seja iniciada, a Unipar quer ter a certeza de que não irá se surpreender no meio do caminho com a notícia de que uma outra proposta foi aceita.
O fundo americano Apollo, junto com a petroleira estatal dos Emirados Árabes Adnoc, já entregou uma proposta formal pela Braskem, de R$ 47 por ação, sendo R$ 20 em dinheiro, R$ 20 por meio da emissão de um título perpétuo com taxa de 4% ao ano, e uma cláusula chamada “warrant”, atrelada ao desempenho das ações. Segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney, a J&F também segue interessada, embora não tenha formalizado nenhuma proposta até aqui.
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Com o aval da “due dilligence”, a Novonor indica que tem uma preferência. Mas falta saber o que vão decidir a Petrobras (PETR4) e os cinco bancos credores – nas mãos de quem estão todas as ações detidas pela Novonor como garantia pela dívida de cerca de R$ 15 bilhões. Caberá a esses players atestar ou não a preferência sinalizada pelo controlador e, assim, decidir se está na hora de entregar para a Unipar o direito à exclusividade.
Fontes ouvidas pelo InfoMoney que acompanham as negociações acreditam que essas definições devem ocorrer em algumas semanas. Os bancos credores precisam tomar essa decisão em conjunto, consensualmente, o que torna esse processo mais demorado. Existem divergências sobre o “valuation” (valor de avaliação) da Braskem, e também diferentes níveis de urgência em relação ao recebimento dessa dívida, já que as instituições credoras adotaram diferentes estratégias de provisionamento da dívida em seus balanços.
Do lado da Petrobras, o que atrasa a decisão é o fato de que a atual gestão, que assumiu a companhia há seis meses, precisa de tempo para entender os desafios da Braskem e que tipo de parceria deseja estabelecer com a empresa petroquímica, apurou o InfoMoney.
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