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A Unipar (UNIP6) fez um recuo estratégico em sua oferta pela Braskem (BRKM5), mas segue no páreo, em conversas com todos os stakeholders. Segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney, a companhia decidiu não renovar a proposta não-vinculante, que venceu na última segunda-feira (10), por entender que há ajustes a serem feitos nos termos da negociação, especialmente agora que a Petrobras (PETR4) solicitou o processo de due diligence na Braskem.
Segundo fontes que acompanham a negociação, a Unipar entendeu que não faria sentido renovar a oferta, depois que a negativa dos bancos em assegurar exclusividade à companhia durante o processo de auditoria mostrou que será preciso alterar a proposta. Ao mesmo tempo, há definições importantes a serem feitas agora por parte da Petrobras. A estatal, dona de 36% da Braskem, tem garantidos tanto o direito de preferência quanto a tag along.
O pedido por uma due diligence pela Petrobras foi vista como uma notícia importante na evolução das negociações em torno da Braskem, pois é a primeira vez que ela se movimenta para conhecer a estrutura e os riscos da petroquímica. “A Petrobras saiu do corner, e isso significa que deve haver alguma definição”, diz uma fonte, sob a condição de anonimato. A partir dessa análise aprofundada dos números, a estatal definirá se exercerá um de seus direitos, ou se vai optar por permanecer no negócio – e apoiar um dos candidatos a sócio.
A Unipar formalizou no dia 9 de junho uma proposta de R$ 10 bilhões pela Braskem, que conta com o apoio do controlador, a Novonor (ex-Odebrecht). Para empresa foi convidada para realizar a due diligence, mas solicitou exclusividade para avançar nesse processo, o que ainda não foi assegurado pelos cinco bancos credores – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES. As conversas da Unipar com essas instituições, a quem a integralidade das ações detidas pela Novonor foi entregue como garantia pela dívida avaliada em cerca de R$ 15 bilhões, prosseguem, mas agora para que uma nova oferta possa vir a ser construída.
Também continua na disputa o fundo americano Apollo, junto com a petroleira estatal dos Emirados Árabes Adnoc. A dupla entregou uma proposta formal pela Braskem, de R$ 47 por ação, sendo R$ 20 em dinheiro, R$ 20 por meio da emissão de um título perpétuo com taxa de 4% ao ano, e uma cláusula chamada “warrant”, atrelada ao desempenho das ações. Segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney, a J&F também segue interessada, embora não tenha formalizado nenhuma proposta até aqui.