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SÃO PAULO – Em nova rodada de análises anuais sobre a situação do capital dos principais instituições financeiras americanas, o Federal Reserve reprovou nesta quarta-feira (26) o plano de aumentar os valores da recompra de ações e dos dividendos a serem pagos de 5 instituições financeiras do país, dentre eles o Citigroup – um dos bancos “salvos” pela autoridade dos EUA durante o agravamento da crise do subprime, em 2008.
As ações de capital solicitadas pelo Citi incluíram um programa de recompra de ações ordinárias de US$ 6,4 bilhões ao longo do primeiro trimestre de 2015 e um aumento dos dividendos trimestrais de ações ordinárias do Citi para US$ 0,05 por papel. Apesar de ver grandes progressos na gestão da instituição em riscos desde 2008, o Fed ainda enxerga reflexos de uma série de deficiências persistentes nas práticas de planejamento de capital do banco em seu plano para 2014.
“Nem é preciso dizer que estamos profundamente desapontados com a decisão do Fed em relação às ações de capital que solicitamos. As ações de capital adicionais representariam um nível modesto de retorno de capital e permitiram que o Citi ainda excedesse o limite exigido em base quantitativa”, lamentou o CEO (Chief Executive Officer) do banco, Michael Corbat, em nota.
Além do Citi, também foram reprovados HSBC, RBS, Santander e Zions Bancorp, com as três primeiras apresentando fragilidade no processo de planejamento de capital, enquanto a última não cumpriu a relação mínima de capital pós-estresse e registrou o pior resultado. Para tentar reverter a determinação do Fed, as instituições podem mostrar revisões em seus planos em até 3 meses ou mais, a depender da decisão da autoridade monetária.
O relatório informa que Bank of America Merrill Lynch e Goldman Sachs cumpriram os requisitos mínimos, mas foram submetidos a “ações ajustadas de capital”. Vale lembrar que ambas as instituições tiveram que passar por cortes em seus programas de recompra ou dividendos, tendo em vista os níveis de alavancagem.
O novo teste de estresse do Fed para avaliar a força dos bancos americanos avaliou 30 instituições, com 25 delas sendo aprovadas pelos critérios do Banco Central da maior economia do mundo. O monitoramento mais cauteloso da saúde das instituições financeiras americanas visa garantir que elas tenham um plano mais robusto visando o futuro e possíveis riscos gerados por momentos econômicos mais adversos. Após a divulgação de resultados, os bancos americanos precisam esperar o aval do Fed para distribuírem proventos a seus acionistas.
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“As maiores instituições bancárias nos EUA estão coletivamente mais bem posicionadas para continuar a emprestar às famílias e empresas e cumprir seus compromissos financeiros em uma crise econômica extremamente grave como estivemos há cinco anos. Esse resultado reflete ampla melhoria contínua em suas posições de capital desde a crise financeira”, afirmou o Fed em observação sobre o teste de estresse.