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SÃO PAULO – Com a intensificação dos protestos antirracistas nos EUA, tanto a Uber quanto a Lyft – duas das maiores empresas de mobilidade urbana do país – anunciaram a suspensão de suas operações em cidades onde os toques de recolher foram impostos.
Ao paralisar suas atividades, a Uber afirmou que trabalha em “estreita colaboração” com as autoridades locais. Nos últimos dias, a empresa suspendeu seu serviços de viagens e entregas nas cidades de Minneapolis – epicentro da onda de manifestações após a morte de George Floyd, homem negro asfixiado por um policial branco -, São Francisco, Oakland e Los Angeles.
Em comunicado ao portal americano “Business Insider”, a Uber disse que algumas cidades solicitaram que a companhia suspendesse temporariamente suas atividades, enquanto outras pediram que a empresa continuasse disponível para “serviços essenciais”.
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“Nossas equipes trabalham em estreita colaboração com cada cidade para melhor apoiá-las com base em suas necessidades e na situação local”, disse um porta-voz da Uber ao “Business Insider”.
“Também estamos usando o aplicativo para educar motociclistas e motoristas sobre o toque de recolher da cidade e lembrá-los de que o Uber deve ser usado apenas para fins de emergência desta vez”, conclui o comunicado.
Já a Lyft afirmou que a plataforma está “seguindo a direção do governo local” e que algumas cidades estão com os serviços interrompidos temporariamente. Entretanto, ao contrário da Uber, a Lyft não divulgou em quais cidades haverá a paralisação da operação.
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Onda de protestos
Após a morte de George Floyd, diversas cidades americanas tiveram suas ruas ocupadas por protestos cobrando dos governos locais e federais uma resposta ao racismo da sociedade e da polícia americana. O último fim de semana foi marcado por uma dezena de protestos em diversas cidades dos EUA.
O toque de recolher já foi decretado em cerca de 25 cidades e em mais de 15 estados americanos. Grandes cidades como Nova York, Seattle, Los Angeles e Chicago também contaram com manifestantes nas ruas.
Segundo os dados mais recentes, confrontos entre policiais e manifestantes já provocaram a morte de pelo menos cinco pessoas e a prisão de mais de mil.
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No último sábado (30), o presidente americano, Donald Trump, reagiu mais uma vez aos tumultos, classificando a morte de Floyd como uma “tragédia”.
Segundo o republicano, ele acabará com os atos realizados por “um pequeno grupo de criminosos, vândalos e anarquistas” que “desonram a memória” da vítima. Para Trump, a violência e vandalismo são o trabalho de antifascistas e outros grupos de extrema esquerda que aterrorizam inocentes, destroem empregos e empresas e queimam prédios.
Para além dos EUA, a morte de Floyd causou uma comoção mundial. Grupos de manifestantes foram às ruas na Alemanha, Reino Unido e Canadá. Em Berlim, milhares de pessoas ocuparam a entrada da embaixada americana na cidade, pedindo justiça pela morte de George Floyd.
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Floyd, de 46 anos, morreu na última segunda-feira (25) quando estava sob custódia da polícia de Minneapolis, Minnesota. Ele havia sido preso sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de US$ 20 em um mercado.