Uber registra prejuízo de US$ 8,51 bilhões, mas traz boas notícias

O segmento de viagens segue sendo o maior faturamento da empresa

Pablo Santana

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Com prejuízo líquido de US$ 8,51 bilhões em 2019, a Uber fecha mais um ano no vermelho. Mesmo assim, após o anúncio dos resultados anuais e as promessas de rentabilidade para 2021, as ações da empresa atingiram um pico de 10% no after-market da Bolsa americana, ou seja, as negociações após o término do pregão.

Desta vez, o grande vilão foi a vertical de tecnologia. Dentro disso, as remunerações baseadas em ações geraram uma despesa de US$ 243 milhões.

Enfrentando graves problemas ao redor do mundo devido às legislações, as viagens continuam registrando os maiores lucros da companhia, o que diminui a desconfiança do mercado sobre a sustentabilidade do negócio.

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Em relatório, o Morgan Stanley melhorou a perspectiva de lucratividade da companhia. Antes esperado para o ano fiscal de 2021, o chamado break even (quando uma empresa se torna financeiramente sustentável) é visto como possível ainda no quarto trimestre de 2020 pelos analistas.

O Ebitda ajustado do segmento proporcionou uma margem de 24,3% para a companhia e um lucro de US$ 742 milhões, um aumento de 281% em relação a 2018.

A receita cresceu 37% em relação ao ano anterior e as reservas brutas aumentaram em 28%, atingindo a marca de US$ 18,1 bilhões, sendo a plataforma de viagem responsável por US$ 13,51 bilhões e o Uber Eats, por US$ 4,37 bilhões.

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A empresa atribuiu o crescimento do segmento de corridas a expansão do Uber for Business, o embarque e desembarque de passageiros em aeroportos em todo o mundo e às ofertas premium, como o Uber Comfort e Uber Black, que cobram mais caro dos passageiros e entregam experiências de alto nível. Só as viagens de alto padrão impulsionaram 54% de crescimento ano a ano.

O crescimentos dos negócios de entregas, as vendas de ativos e a expansão ao redor do mundo com investimentos em companhias locais criam um cenário positivo para empresa começar a ser rentável, segundo o mercado.

Analistas do Morgan Stanley aumentaram as perspectivas do Ebitda Uber em 8%, para este ano, e 65%, para 2020, por conta da venda do Uber Eats Índia e a compra por US$ 3,1 bilhões de 75% da Careem, empresa de mobilidade, entrega e pagamentos presente em toda a região do Oriente Médio.

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Eric Sheridan, analista do UBS, espera que a empresa continue aumentando suas taxas de reservas e amplie as margens para alcançar sua meta de rentabilidade de Ebitda até 2021. Segundo Sheridan, ainda existe oportunidades de explorar novos mercados em todo o portfólio de negócios e ativos da Uber.

Para Joaquim Alves, analista de ações globais da XP Investimentos, a grande dúvida é se a empresa continuará a queimar caixa para sustentar os prejuízos registrados que, apesar de estarem crescendo integram um negócio de capital muito intensivo, marcado por margens estremidas e grande concorrência.

A saída de Londres e da Colômbia intensifica a batalha que a companhia trava com reguladores em diversas cidades. Na Califórnia, o projeto de lei AB5 dificulta as contratações baseadas em trabalhos temporários e sem contratações formais, incidindo diretamente na forma de negócio em que a Uber se relaciona na contratação de seus profissionais.

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O JPMorgan espera um grande crescimento, impulsionado por sua rede de motoristas, posições de destaque no compartilhamento de carona e entrega de alimentos “mais rápida do que o esperado” nos mercados de compartilhamento de carona e entrega de alimentos nos EUA – responsável pela maior parte da receita junto com o Canadá.

A empresa registrou 1,9 milhão de viagens, incluindo passeios e entregas de refeições no quarto trimestre, acima dos 1,8 milhões.

Em seu balanço no quarto trimestre foi enfatizada a liderança no download de 2019 em dois segmentos principais – o aplicativo mais baixado globalmente nas categorias Rideshare (aplicativo Uber) e Food Delivery (Uber Eats) nas categorias Apple App Store e Google Play Store, segundo a Sensor Tower.

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios