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SÃO PAULO – É uma daquelas histórias que mostra o sangue frio que empreendedores precisam ter ao lidar com o desempenho das ações de suas empresas no mercado. Em 2011, após anunciar uma reestruturação no meio do boom da construção civil, Jorge Cury, CEO da Trisul, e seus sócios viram os papéis desabarem. O valor de mercado da companhia caiu e permaneceu durante alguns anos em um quarto (cerca de R$ 200 milhões) do registrado na época do IPO, em 2007.
Hoje, impulsionada por juros baixos, a resiliência do mercado imobiliário diante da pandemia e uma boa execução de seus planos, a small cap (TRIS3) vale cerca de R$ 1,7 bilhão e tem recomendação de compra de cinco dos seis bancos e casas de análise que cobrem a empresa.
“De 2007 a 2010 nós cometemos muitos erros e quando resolvemos voltar às origens, ao que sabíamos fazer, foi um período difícil. Durou de 2011 a 2013 e parecia que não iria acabava mais” contou Jorge Cury ao podcast Do Zero ao Topo.
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A história das origens da Trisul, com a construtora Tricury, e sua reestruturação para sair do atoleiro é tema do episódio 80 do podcast. É possível seguir o programa e escutar a entrevista em ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país.
Fruto da fusão das construtoras Tricury e Incosul, a Trisul é um dos casos emblemáticos do setor imobiliário. Quando abriu capital, em 2007, mudou o seu modelo de negócios para ganhar escala por meio de imóveis mais populares. A estratégia, não funcionou e os empreendedores resolveram reestruturar a empresa quando o mercado ainda estava aquecido.
Como se não bastasse, quando a construtora terminou sua reestruturação, a crise econômica que assolaria o país em 2015 começava a dar as caras. “Foi bom a gente ter feito todo o processo antes, porque se tivéssemos desacelerado mais para frente, na crise, eu não sei se sobreviveríamos”, afirma Cury.
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Hoje, com a casa organizada, a small cap tem recomendação de compra em cinco dos seis bancos e casas de análise que acompanham a empresa (Banco Safra, Bradesco BBI, BTG Pactual, Condor Insider, Eleven Financial e Ágora), com preço-médio de R$ 17,82. A exceção é a Condor Insider, que tem recomendação para manter a ação estipulando um preço-alvo de R$ 16,00. Atualmente, os papéis estão cotados a R$ 9,33.
“Vemos a Trisul como o player de média renda que melhor se preparou no início do ciclo atual, construindo um sólido landbank durante a crise 2015-2017 e retomando seus lançamentos antes de seus pares. A Trisul vem entregando resultados operacionais e financeiros sólidos nos últimos anos, aumentando seu VGV lançado em 3x no período 2016-2019, atingindo cerca de R$ 1,2 bilhão em 2019, junto com a melhor rentabilidade entre seus pares, estoque de qualidade e um equilíbrio sólido”, afirmam analistas do Bradesco BBI em relatório publicado no início de fevereiro.
Com foco em imóveis de média e alta renda nonas Sul e Oeste da cidade de São Paulo, a Trisul lançou oito empreendimentos e teve um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1 bilhão em 2020. Para 2021, a projeção é lançar 11 projetos e chegar a R$ 2 bilhões de VGV. Confira a história completa da companhia no podcast.
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Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.