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SÃO PAULO – Após mais de um ano de brigas judiciais, a small cap Atompar (ATOM3) conseguiu na última resolver seu maior problema desde que estreou na Bolsa: sair da recuperação judicial. A notícia levou os papéis a dispararem quase 43% em apenas um pregão, e apesar de uma pequena correção em seguida, as ações da companhia acumulam ganhos de 50% nos últimos 30 dias, enquanto a queda no ano agora é de 15%, situação bem melhor que nos últimos meses. Mas este é só o começo para a empresa.
“Tiramos um piano das costas. Agora só dependemos da gente para fazer nosso trabalho”, afirma o fundador e presidente da companhia, Joaquim Paifer, em entrevista exclusiva ao InfoMoney. Segundo ele, a empresa já está consolidada e pronta para iniciar suas operações, mas até agora precisava esperar resolver esta situação para conseguir andar com seus negócios. “A partir de agora vamos fazer o que sabemos melhor”, diz.
A Atom, uma proprietária trading firm ou “prop trading”, chegou ao mercado por meio da compra de 69,24% da antiga Inepar Telecomunicações, que estava em recuperação judicial. Com isso, a companhia “herdou” os problemas da antiga empresa e, mesmo conseguindo diversos pareceres favoráveis, o Santander (um dos credores da Inepar) travou o processo após um juiz em segunda instância acatar o pedido do banco e evitar a evolução do processo para saída da recuperação judicial. “Venceu a justiça, a honestidade”, diz Paifer.
O executivo explica que agora a empresa precisa resolver apenas algumas questões para conseguir operacionalizar o seu negócio. “Espero que em janeiro de 2017 nós já estejamos prontos para dar início às nossas operações”, explica. Para ele, uma das maiores vantagens de se investir em uma “prop trading” é porque ela funciona quase no mesmo esquema de um banco, mas sem as burocracias destas instituições.
Segundo Paifer, as tesourarias dos bancos são exatamente o setor que traz os maiores resultados. “É a tesouraria que define o balanço destas companhias. Se hoje os bancos estão bem, a maior parte deste lucro vem do resultado da tesouraria”, explica. “Somos um tesouraria, pura e simples”, completa o executivo.
Ele lembra ainda que são a única empresa do tipo no Brasil e que ainda tem uma grande vantagem em relação à forma como seu negócio funciona, já que os trader formados por ela podem usar o capital da Atom para operar, sem necessariamente usar seus próprios capitais.
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Expansão do negócio
Recentemente a Atom mostrou a intenção de criar franquias da companhia, e agora que a ela não está mais em recuperação judicial, este pode ser apenas mais um passo na evolução da empresa. “Queremos expandir para outras cidades e já temos muitas interessadas. Já tivemos contato do Brasil todo e também de fora. Temos interessados em Londres e Nova York”, conta o presidente da companhia.
Paifer conta que tem a intenção de ampliar o modelo de negócio da Atom, mas que ainda vão decidir o que fazer sobre o assunto. “Não temos nada definido, mas é algo que estamos estudando. O primeiro passo agora é iniciar nossos negócios, mas este é o futuro”, afirma o executivo otimista com o começo da operação no próximo mês.
A equipe da Atom é formada por candidatos a trader que operam dentro dela mesma, respeitando os limites de gerenciamento de risco propostos por ela. Com isso, os melhores colocados vão ganhando cada vez mais limites para operar, assim como os que performarem mal vão perdendo espaço da mesa.
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Estes traders não possuem nenhum vínculo empregatício com a companhia, sendo que parte da receita da empresa vem do próprio treinamento destas pessoas, que precisam assinar algum tipo de plano para iniciarem suas operações. São 5 tipos de planos, que alteram os limites de operações e valores que podem ser negociados ou perdidos pelos traders.