SoftBank prevê perdas acima de US$ 12 bilhões em 2020

Coronavírus corrói o mercado de algumas apostas do conglomerado em tecnologia

Pablo Santana

Masayoshi Son, fundador do SoftBank (Photo by Tomohiro Ohsumi/Getty Images)
Masayoshi Son, fundador do SoftBank (Photo by Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

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SÃO PAULO – O conglomerado japonês SoftBank informou nesta segunda-feira (13) que espera registrar prejuízos operacionais em seu ano fiscal (de 1 abril de 2019 até 31 de março de 2020) por conta da perda de valor dos seus principais investimentos em tecnologia.

Em um comunicado direcionado aos seus investidores, a empresa prevê uma perda operacional de 1,35 trilhão de ienes (US$ 12,5 bilhões) no período. No ano anterior, o SoftBank lucrou 2,3 trilhões de ienes.

“A diferença na receita operacional é atribuída principalmente ao registro esperado de [uma] perda de investimento de aproximadamente 1,8 trilhão de ienes [16,7 bilhões] no SoftBank Vision Fund resultante de uma diminuição no valor justo dos investimentos devido à deterioração do mercado ambiente “, afirmou a empresa no documento.

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A empresa ainda registrou perda de cerca de 800 bilhões de ienes no ano fiscal de 2019 em investimentos do SoftBank mantidos fora do Vision Fund de US$ 100 bilhões.

As startups que pesaram nos ganhos da empresa foram a WeWork, na qual o SoftBank controla, desde outubro do ano passado, 80% das ações e comanda o plano de processo de recuperação judicial, e a de internet por satélite OneWeb – que entrou com pedido de falência em março deste ano.

As amplas restrições ao trabalho, viagens e distanciamento social destinadas ao combate da pandemia de coronavírus pressionaram o portfólio global de tecnologia da SoftBank, que também inclui Uber, Didi, OYO e Grab.

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O fundador e CEO do SoftBank, Masayoshi Son, disse na última semana que prevê a falência de 15 empresas apoiadas pelo fundo milionário. No mês passado, anúncio de liquidação total de US$ 41 bilhões em ativos para recomprar ações da SoftBank e reduzir a pesada carga de dívida da empresa pegou o mercado de surpresa e mostrou a possível fragilidade em suas contas.

Nos últimos anos, através do Vision Fund, Son e sua empresa assumiram grandes riscos em startups de de tecnologia, que possuíam uma grande capacidade de crescimento, mas também apresentavam altos gastos operacionais – motivo que já gerava preocupações em torno de algumas das apostas do SoftBank antes da pandemia.

Dois dos maiores investimentos da japonesa – Uber e WeWork – enfrentaram duras críticas do mercado, em grande parte devido a preocupações com suas perdas acentuadas. A Uber continua a sofrer com a queda do segmento de viagens em todo mundo e preocupa investidores por continuar sendo negociada bem abaixo do preço do IPO.

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Do outro lado, o SoftBank desistiu de seu plano de comprar US $ 3 bilhões em ações da WeWork, alegando que a empresa não cumpriu condições contratuais e enfrenta investigações civis e criminais. Por conta da desistência, membros do comitê especial do conselho da empresa, que representa outros acionistas, entraram com um processo na Justiça americana para conclusão da oferta.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios