Small Cap pagará dividendo com “yield” de 6%, mas dificilmente você vai embolsá-lo

Apesar da atratividade do yield, a baixíssima liquidez desta empresa na Bolsa torna-se quase impossível para um investidor encarteirar esse papel

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O comunicado diário da BM&FBovespa sobre quais empresas ficarão “ex-proventos” trouxe nesta quarta-feira (22) um caso peculiar de uma companhia que pagará um ótimo dividendo aos acionistas mas que poucos investidores poderão desfrutá-lo. A empresa em questão é a Cosern (CSRN3; CSRN5; CSRN6), a Companhia Energética do Rio Grande do Norte.

Segundo ata da assembleia, ela pretende pagar R$ 77,052 milhões aos seus acionistas, o que equivale a R$ 0,4482196 para cada ação ordinária e R$ 0,4930415 para cada uma das preferenciais. Esse valor atribui um impressionante “dividend yield” (dividendo pago por ação/cotação da ação) de 4,98% para CSRN3 e em 6,23% para CSRN5 e CSRN6.

O único problema é que o investidor interessado dificilmente irá embolsá-lo. Isso porque a ação mais líquida da Cosern, a CSRN3teve não mais do que 5 negócios neste mês. Ou seja, uma ordem de compra dela pode demorar muito tempo para ser cumprida e a “data ex” significa justamente que quem quiser receber os dividendos deve ter o papel em carteira até, no máximo, o fechamento de hoje. 

Um dos fatores que explicam a falta de liquidez das ações da Cosern – a  – é que praticamente 90% das suas ações ordinárias e preferenciais está nas mãos do acionista controlador, a Neoenergia, o que limita a movimentação dos ativos na Bovespa.

De qualquer maneira, é importante ter em mente que quando uma ação passa a ser negociada ex-dividendo, ela sofre um ajuste para baixo no seu valor de face, pois esse valor do dividendo sai de dentro da empresa – na prática: se uma ação vale R$ 10 e paga um dividendo de R$ 1/ação, ela passará a ser negociada por aproximadamente R$ 9 no primeiro dia “ex-provento” (para entender melhor, leia mais aqui).