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Estar na mira da Serasa nunca foi considerado algo positivo pelos consumidores brasileiros, mas a empresa, que pertence ao grupo irlandês Experian desde 2007, quer melhorar essa percepção das pessoas com mais agilidade na renegociação de dívidas e concessão de empréstimos.
Tradicional no serviço de análise de crédito para instituições financeiras, a Serasa é temida por “sujar o CPF” daqueles consumidores inadimplentes, impossibilitando o acesso a financiamentos nas instituições mais tradicionais, que são aquelas que oferecem juros e condições mais atrativos.
A companhia quer a pessoa física cada vez mais próxima de seu ecossistema e vem expandindo sua vertical dedicada ao consumidor final (B2C, na sigla em inglês). O primeiro passo foi liberar o acesso ao score de crédito – o score é o dado que os bancos utilizam para definir a liberação de crédito. Desde 2017 o cliente já consegue saber se seu nome está “sujo” ou não no site da empresa.
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“Queremos desenvolver a consciência de saúde e educação financeira nos nossos clientes, por isso trabalhamos muito nos dados, para que a própria pessoa veja como está a situação do próprio CPF”, diz Amanda Rapouzo, diretora da Serasa eCred.
Rapouzo afirma que a estratégia do grupo é acoplar ferramentas que ofereçam agilidade na negociação de dívidas e no aumento do score. A lógica é simples, quanto mais integrados forem os serviços da Serasa, mais rápido fica para “limpar o nome” das pessoas e, por consequência, colocá-las de volta ao jogo.
O modelo de negócios é baseado no intermédio, ou seja, a Serasa atua como correspondente bancário e ganha uma comissão pelas transações fechadas. Desde o fim de 2017, cerca de R$ 700 milhões em empréstimos foram intermediados pela empresa, além da emissão de 5 milhões de cartões. São 75 milhões de pessoas cadastradas no eCred e 30 instituições financeiras que participam da plataforma.
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“Somos um grande hub de soluções financeiras. Temos nossa solução LimpaNome, a oferta de crédito e também um serviço premium para o cliente saber quem está monitorando o CPF dele”, prossegue a diretora.
Investimento em tecnologia
No projeto de fortalecimento do B2C, a Serasa Experian investiu em novas ferramentas e sistemas para integrar o serviço, resultando em pelo menos quatro aquisições.
Desde 2017, a empresa comprou a BrScan, de verificação de documentos pessoais, as fintechs PagueVez e MOVA (nesta transação, a empresa desembolsou R$ 40 milhões) e o sistema Nogord.io. Além disso, o braço de venture capital Experian Ventures aportou recursos na fintech PayHop.
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Sob este cenário, o nicho B2C tem chamado a atenção de concorrentes. Nesta semana, a Boa Vista, dona do SCPC, fechou acordo para a criação de uma joint-venture com a Red Ventures para a criação de um marketplace de crédito e outros serviços financeiros.
Inadimplência em 2022
Não é novidade que os brasileiros enfrentam dificuldade para quitar suas dívidas neste ano. Estimativas mais recentes da própria Serasa apontaram que cerca de 68 milhões de pessoas estavam inadimplentes ao final de agosto.
Entre as maiores dívidas, estão os débitos com bancos e cartões (28,8%), contas de água, gás e luz (22,1%) e empresas financeiras (13,8%). “A inadimplência não para subir desde janeiro, gera um aumento e risco, mas estamos vendo um esforço grande das pessoas em quitar suas dívidas”, pondera Rapouzo.
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Para novembro, a Serasa planeja seu tradicional feirão para limpar nome, que normalmente costuma oferecer condições interessantes de acordo, o que pode ofertar novo fôlego aos consumidores para 2023.
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