Sentimento de dono e liberdade para errar: as lições de gestão de Guilherme Benchimol, da XP Inc.

"Todo mundo aqui se sente dono do negócio e tem metas audaciosas", afirmou fundador da XP em live

Letícia Toledo

Publicidade

SÃO PAULO – Uma empresa formada por 3.700 CEOs. É assim que Guilherme Benchimol define a cultura atual e o papel de cada um dos funcionários da XP Inc. — empresa que criou em uma salinha de 25 m², em 2002, e se transformou em uma das maiores companhias de investimentos no Brasil.

Não é que todos tenham permissão para dar ordens e tomar decisões em larga escala, claro, a definição de “CEO” de Benchimol está atrelada ao fato de cada funcionário ser incentivado a se sentir dono do negócio — propondo e criando novas soluções para sua área com uma visão atrelada ao futuro do grupo como um todo.

“Todo mundo aqui se sente dono do negócio e tem metas audaciosas”, afirmou em live realizada no Instagram do Do Zero ao Topo — marca de empreendedorismo do InfoMoney. Confira um trecho da entrevista no vídeo acima (ou clique aqui).

Continua depois da publicidade

A XP Inc. reúne marcas como XP Investimentos, Rico, Clear e o próprio InfoMoney.

Além do sentimento de dono — que pode se transformar em uma real sociedade na empresa por meio do modelo de partnership do grupo —, Benchimol considera que uma gestão eficiente é aquela que permite às pessoas inovarem. “Inovação para mim nada mais é do que permitir que o time erre. Não achem que você vai ter uma ideia genial a cada mês, a cada bimestre. Aqui, se você não está errando significa que não está usando a pista toda”, disse.

“Você tem que estimular as pessoas a estarem sempre na fronteira eficiente dos erros e acertos. Estimulando-as a errarem embasadas em dados e fatos. Assim, você cria uma cultura de erros sempre pequenos, que são corrigidos rapidamente.”

Continua depois da publicidade

Como contratar pessoas excepcionais

Segundo Benchimol, em qualquer contratação, mais importante do que olhar para o currículo da pessoa é entender se trata-se de alguém obstinado. “As pessoas mais extraordinárias com quem eu já trabalhei na vida são as pessoas que tem um nível elevado de obstinação. São aquelas pessoas que não importando quantas vezes elas vão cair ao longo da jornada, elas vão levantar, aprender com os erros do passado e vão seguir em frente”, disse.

Ao identificar e trazer essas pessoas para a equipe, outro passo importante é estabelecer metas claras e dar liberdade para que cada um crie o que for preciso para atingi-las. “É preciso encontrar pessoas obstinadas e dar liberdade a elas. Não adianta contratar pessoas extraordinárias e colocá-las numa caixinha”, afirmou. Confira a live completa no Instagram do Do Zero ao Topo.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.