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Depois de uma revisão na estratégia global, em 2021, a LG resolveu parar de fabricar e vender smartphones. Essa decisão esteve alinhada aos resultados financeiros da marca, que fechou o ano anterior com um prejuízo equivalente a US$ 1 bilhão na divisão de celulares, conforme balanço financeiro divulgado na época.
O fechamento desta vertical de negócios permitiu que a empresa reajustasse a rota para mercados que, em sua visão, trariam mais sucesso nos anos seguintes. Um desses segmentos é o LG para Empresas, do modelo B2B, em que são desenvolvidos projetos especiais voltados às necessidades de cada cliente empresarial.
Ao InfoMoney, Rodrigo Fiani, vice-presidente de vendas B2B da LG, destaca que a marca tem feito investimentos no atendimento de corporações e que essa frente de negócio já é responsável por quase 30% do faturamento. Segundo ele, a expectativa da companhia sul-coreana é que essa divisão some mais da metade da receita total no horizonte de dois anos.
“A meta é que o B2B alcance, até o final de 2025, a metade do faturamento da LG no Brasil. Não é que a companhia queira diminuir a participação do consumidor final, mas, sim, aumentar o atendimento de empresas”, destaca Fiani.
Para chegar a este resultado, o portfólio empresarial da marca de Seul se divide em várias soluções, mas traz dois principais segmentos como destaque. São eles: de ar condicionado, com tecnologias específicas para hotéis, lojas do varejo e até hospitais; e de telas, em que monta displays personalizados para ambientes internos e externos.
Neste segundo caso, a empresa aproveita a expertise que traz do mercado B2C, já que é dona da tecnologia OLED, no objetivo de liderar a fabricação e venda de telas. Esses painéis podem ser encontrados em diferentes lugares e formatos, dos monitores que exibem cardápios dentro de lojas às grandes telas de mídia OOH (publicidade que atinge o público fora de casa) em cartões-postais pelo mundo, como a Times Square, em Nova York.
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“O papel do B2B é proporcionar às empresas uma solução que, com um projeto bem feito, seja de qual for o segmento, permita que o dono se concentre no core do seu negócio. Temos feito um trabalho de formiga para explicar tecnicamente os benefícios das nossas soluções e temos, inclusive, investido muito em treinamento e capacitação profissional”.
Elétricos ainda no papel
Em seu último relatório, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) destacou que o mercado global de baterias para veículos elétricos é altamente concentrado. Entre as três empresas que dominam 65% da produção mundial, está a LG, que tem estratégias agressivas em vários lugares do mundo, sobretudo na Europa e Ásia.
No Brasil, porém, a atuação da companhia neste segmento ainda é incipiente, em razão da baixa adesão do público por estes automóveis. Estima-se que a frota eletrificada do Brasil gire em torno de 130 mil, entre os veículos puramente elétricos e híbridos, dentro de um universo de 100 milhões de carros.
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Considerando o tamanho do potencial brasileiro, a LG até tem planos de fornecer baterias e carregadores no país, mas ainda não há um projeto concreto sobre como e quando, segundo Fiani. O executivo lembra que, no ano passado, a sul-coreana adquiriu uma participação majoritária na fabricante de carregadores compactos AppleMango, em um acordo estimado em US$ 7,8 bilhões, conforme divulgado pela imprensa americana.
“Nós vamos começar a caminhar por mercados novos, e o carregador veicular é um dos produtos que devem ser trazidos para o Brasil”, diz. “Quando se fala em carro elétrico, ainda falta regulamentação e não tem um modelo de negócio muito bem definido, então por isso não trouxemos ainda.”
Em sua avaliação, em âmbito nacional, a entrada no nicho de eletrificados é um movimento que deve ocorrer naturalmente, uma vez que as montadoras já planejam parar de fabricar versões à combustão nos próximos anos. “Vai acontecer, mas em um tempo que ainda não dá para precisar”, afirma.
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“Esse é um setor muito jovem no país. Nós já estamos em mercados mais consolidados, mas vamos trazer isso para cá. Eu vejo o B2B como uma força bem pujante nos negócios, no futuro bem próximo. Acredito que nos próximos 5 anos estaremos bem diversificados e solidificados nessa frente [de veículos elétricos]”, finaliza.