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SÃO PAULO – A Unimed-Rio ‘descobriu’ um erro no seu balanço de 2014 que pode trazer um tsunime para uma seguradora listada na Bolsa. Isso porque, se confirmado rumor levantado pela coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a companhia poderia sofrer risco de uma suspensão por parte da ANS (Agência Nacional de Saúde), assim como aconteceu com a Paulistana em 2015, impactando diretamente a Qualicorp (QUAL3).
A ameaça foi destacada pelo BTG Pactual nesta quinta-feira, em nota a clientes. Isso porque a Qualicorp detém cerca de 20% da carteira da Unimed-Rio (ou seja de 180 mil a 190 mil vidas), levando, provavelmente, a companhia a ‘perder’ parte dessas vidas no processo de migração. Pelos cálculos do banco, o impacto negativo no NPV (Valor Presente Líquido, na sigla em inglês) seria de cerca de 0,8% para cada 5% de perda no portfólio da Unimed-Rio. Em contrapartida, quem poderia ganhar com a notícia seria a SulAmérica (SULA11), já que a empresa poderia capturar parte desses contratos que seriam eventualmente migrados. Atualmente, a Unimed-Rio possui cerca de 940 mil vidas.
Na Bolsa, os dois papéis registram leves perdas nesta sessão. Enquanto os papéis da Qualicorp caíam 0,69%, a R$ 12,91, as ações da SulAmérica recuavam 0,23%, a R$ 17,11, segundo cotação das 10h43 (horário de Brasília).
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Segundo coluna de jornal O Globo, a Unimed-Rio teria descoberto um prejuízo no seu balanço de 2014 de R$ 500 milhões, frente os R$ 198 milhões registrados. Os erros contábeis teriam sido detectados por uma auditoria.
Em resposta, a Unimed-Rio disse que as alterações são “exclusivamente contábeis” e não provocam nenhum impacto na situação financeira da empresa nem no atendimento a clientes.
Confira abaixo o posicionamento completo da Unimed-Rio:
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“A Unimed-Rio vai republicar o balanço de 2014. A decisão tomada pela Diretoria Executiva leva em consideração as análises feitas pela auditoria interna da cooperativa e pareceres da Ernst & Young, responsável pela auditoria da cooperativa desde 2013, e da ANS, através do processo de Direção Fiscal. A republicação realocará lançamentos contábeis a seus respectivos regimes de competência, com o objetivo de adequar a política contábil da empresa às melhores práticas de governança do mercado e de seguir premissas de respeito e transparência que sempre pautaram a conduta da cooperativa. As alterações são exclusivamente contábeis e não provocam nenhum impacto na situação financeira da empresa nem no atendimento a clientes.
Em paralelo, os demonstrativos de 2015 mostram um significativa melhoria, fruto do enorme esforço feito pela Diretoria no sentido de gerenciar os custos assistenciais, sem afetar o atendimento de nossos pacientes, com elevação do número de consultas, exames e internações e redução de seus custos a partir do estabelecimento de protocolos assistenciais, melhora nos processos de auditoria e negociação com a rede e redução no custo unitário dos materiais especiais, órteses e próteses. Além destas ações, também houve um esforço para impulsionar vendas de novos planos, reajustar adequadamente as carteiras existentes e de implantar uma rigorosa política de controle de custos administrativos, refletida na redução do número de superintendências, gerências e coordenações e do número de colaboradores em mais de 1.000 pessoas, da área física ocupada e dos benefícios aos colaboradores.
Todos números estão em fase final de validação e auditoria e, assim que estiverem consolidados, serão divulgados para os cooperados e para a sociedade.”