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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (30), João Doria (PSDB), governador de São Paulo, anunciou que todas as regiões do estado irão retroceder para a fase amarela do Plano SP. Com a reclassificação, comércios e serviços voltarão a funcionar menos horas por dia.
A decisão inclui, além da capital paulista, as demais regiões que já estavam na fase verde de abertura. A capital se encontrava na fase verde, a mais permissiva em termos de restrições, desde o dia 9 de outubro.
“Com um claro aumento da instabilidade da pandemia, o governo de São Paulo e o Centro de Contingência do Coronavírus decretaram que 100% do estado vai retornar à fase amarela do plano SP”, anunciou Doria em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Após uma alta dos casos na cidade e no estado, especialistas já apontavam para uma expansão preocupante da Covid e da crescente ocupação de leitos de UTI em hospitais privados.
Segundo Doria, retroceder para a fase amarela não significa que comércios, bares e restaurantes irão fechar, mas deverão atuar com mais restrições de horário e público, visando diminuir aglomerações pelo estado. Ainda de acordo com o governador, a atualização do Plano SP não irá afetar a retomada das aulas no estado. A próxima atualização do Plano SP irá ocorrer no dia 4 de janeiro.
O governador do estado anunciou também que fará uma reunião na terça-feira (1) com 62 prefeitos de cidades que apresentaram elevação nas taxas de internação e ocupação de leitos no estado de São Paulo.
Anúncio após eleições
O anúncio do retorno da cidade de São Paulo à fase amarela acontece um dia após o segundo turno das eleições municipais e a vitória de Bruno Covas (PSDB), que foi reeleito como prefeito da cidade.
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Nas semanas anteriores ao segundo turno, quando questionado sobre um possível agravamento da epidemia na cidade, Covas repetiu continuamente que a situação era estável e descartou a possibilidade de um novo lockdown na capital.
“Há uma estabilidade em relação ao número de casos e óbitos na cidade de São Paulo, mas há uma variação positiva em relação à taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19”, disse Covas no último dia 19 de novembro, negando uma “segunda onda” na cidade.
Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde, a taxa de ocupação de UTI no estado chegou a 52% e na capital a 59%. Ainda de acordo com o secretário, um aumento de 10% no número de casos na última semana também levou o governo a adotar medidas mais restritivas.
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João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, definiu a regressão à fase amarela como uma “preocupação” necessária. Para ele, ainda que o estado defina as regras, cabe à população mudar o comportamento para auxiliar na melhora dos indicadores.
“Nós não estamos confortáveis com esses dados, essa regressão deve representar uma preocupação. A sociedade precisa entender que essa regressão deve redobrar o nosso cuidado. Não devemos ficar esperando somente que o governo emita determinações para que o comportamento das pessoas reduza esses números de internações”, afirmou Gabbardo.
José Medina, também coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, chamou atenção para o que a cor amarela representa: atenção. “O estado regrediu, simplesmente porque os indicadores pioraram. O amarelo é para prestar atenção. Essa cor indica que o risco de contágio cresceu e temos que manter os cuidados”, afirmou Medina.
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Fases do Plano SP
O Plano SP é uma estratégia do governo paulista para retomar as atividades econômicas com base na progressão da Covid-19 no estado. As regiões são divididas em cinco fases: vermelha, laranja, amarela, verde e azul, sendo que cada uma delas tem diferentes restrições de mobilidade, com base em critérios como taxa de ocupação das UTIs, quantidade de leitos disponíveis por 100 mil habitantes e aumento no número de casos e mortes por Covid.
Para começar a reabertura do estado em 1º de junho, o governo dividiu o território em 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS).
A Grande São Paulo foi subdividida em seis regiões, sendo uma composta apenas pela capital e outras cinco para cada grupo de cidades da Região Metropolitana. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.
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Áreas na fase um, vermelha, têm somente atividades essenciais permitidas. Áreas em fase dois, laranja, têm somente shoppings, comércio e serviços permitidos, com capacidade limitada a 20% e período de funcionamento de apenas quatro horas diárias.
Áreas na fase três, amarela, têm shoppings, comércio, bares, restaurantes, salões de beleza, barbearia e academias permitidos, com medidas de higiene e distanciamento, capacidade máxima de 40% e horário reduzido a dez horas por dia. Áreas na fase quatro, verde, têm espaços comerciais, bares, restaurantes, academias, salões de beleza, barbearias e espaços e eventos culturais permitidos com capacidade de até 60% e horário de funcionamento de até 12 horas por dia.
Já a fase cinco, azul, última etapa do Plano SP, permite uma retomada “normal” dos serviços e atividades. Vale dizer que desde a criação do Plano SP, nenhuma região do estado progrediu para a fase azul.
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Confira abaixo as principais mudanças nas atividades comerciais com a regressão do estado para a fase amarela:
Atividades comerciais | Fase verde | Fase amarela |
Shoppings |
Ocupação máxima limitada a 60% da capacidade do local; Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico
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Ocupação máxima limitada a 40% da capacidade do local; Horário reduzido (10 horas); Praças de alimentação (ao ar livre ou em áreas arejadas); Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico |
Comércio |
Ocupação máxima limitada a 60% da capacidade do local;
Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico
|
Ocupação máxima limitada a 40% da capacidade do local;
Horário reduzido (10 horas);
Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico |
Serviços |
Ocupação máxima limitada a 60% da capacidade do local.
Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico
|
Ocupação máxima limitada a 40% da capacidade do local;
Horário reduzido (10 horas); Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico |
Bares e restaurantes |
Ocupação máxima limitada a 60% da capacidade do local;
Consumo local até as 22h (se a região estiver a ao menos 14 dias seguidos na fase verde);
Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico
|
Somente ao ar livre ou em áreas arejadas; Ocupação máxima limitada a 40% da capacidade do local; Horário reduzido (10 horas);
Consumo local até 17h;
Adoção dos protocolos de proteção geral e setorial específico
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