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A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a exclusão de benefícios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tem baixo impacto para a Panvel (PNVL3), segundo Antônio Napp, CFO da rede de farmácias. Ao InfoMoney, o executivo disse, no entanto, que outros players do setor têm mais benefícios fiscais e podem, portanto, ser mais afetados pela decisão.
Segundo Napp, as concessões de créditos presumidos e benefícios de subvenções são “relativamente pequenos” no balanço da Panvel. “O impacto possível se essas mexidas efetivamente acontecerem é pequeno no nosso caso. Existem alguns players que têm mais benefícios do que nós, é verdade, esses talvez sejam mais afetados”, disse. O CFO também comentou que um eventual impacto da reforma tributária sobre as demonstrações financeiras da rede de farmácias ainda é difícil de prever.
“As propostas para a reforma tributária, da maneira como estão escritas, partem do princípio de tributar todos os produtos, todas as cadeias, de uma forma mais equilibrada e mais simples. Até aí, ok. Quando nós olhamos para a cadeia de medicamentos, especialmente na parte de impostos federais, não estaduais, uma parcela muito significativa dos medicamentos que são vendidos não são tributados. Na reforma como ela está, existe uma previsão de tributação. Se os medicamentos serão excetuados ou não, isso nós não sabemos”, disse.
“Nós temos limitações para fazer essa simulação porque, de fato, nós não temos conhecimento do texto final que pode ser aprovado [pelo Congresso]. Mas, dentro do que nós estamos vendo, existe uma tendência de aumento de carga tributária para medicamentos. Então é algo que a gente está olhando de uma maneira bastante atenta, mas também nós entendemos que não é algo que vá nos afetar no curto e no médio prazo. Toda essa transição da reforma tributária, como já vem sendo sinalizado, vai demorar alguns exercícios para se tornar realidade”, completou.
Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do primeiro trimestre de 2023 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.
Sobre produtos, o CFO disse que há potencial de crescimento em genéricos e não medicamentos, onde entra a marca própria da Panvel. Segundo Napp, os genéricos são parte fundamental para o crescimento da margem bruta da companhia, pois é um segmento que permite maior negociação com fornecedores. “Temos metas muito claras para os genéricos neste ano”, disse.
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“É importante salientar que a nossa estratégia com genéricos não está gerando uma canibalização da venda de medicamentos de marca. A gente está observando que o cliente de marca continua comprando os seus produtos, a gente tem programas específicos para esses clientes, acompanhamos toda a sua jornada, são clientes com doenças crônicas. Já o genérico tem esse papel de popularizar, atender o bolso e trazer novos clientes”, completou.
O executivo afirmou ainda que a previsão de abertura de 60 lojas em 2023 está mantida, sendo que as novas unidades são consideradas “maduras” após três anos — e o retorno do investimento em cada loja ocorre em até cinco anos. A expansão, de acordo com Napp, deve continuar focada na região Sul do país, embora a rede tenha planos de abrir mais unidades também em São Paulo, onde o faturamento médio das lojas é maior. “Em São Paulo, as lojas têm uma venda média muito alta, de aproximadamente R$ 1 milhão, é muito mais do que faturam as unidades no Sul.”
Napp comentou também sobre a dificuldade da indústria farmacêutica em entregar pedidos dentro do prazo. “É uma situação que continua e não há sinais claros de que isso vá acabar da noite para o dia, ou seja, vamos conviver com isso por mais tempo”, afirmou. Por conta dessa situação, a Panvel trabalha com estoques “bem equilibrados” para que não falte produtos nas lojas. O CFO falou ainda sobre investimentos e vendas digitais. Veja a entrevista completa no player acima, ou clique aqui.