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SÃO PAULO – Para quem já acompanha o mercado de ações há um bom tempo, um comportamento tem se tornado quase que regra para os investidores: quando uma empresa realiza desdobramento de ações, elas sobem; quando é um grupamento, elas caem. O quase “dito popular” se mostrou real esta sexta-feira (29), com a Metalgráfica Iguaçu (MTIG4).
Os papéis preferenciais da produtora de latas de aço, que fecharam ontem R$ 0,05, passaram a valer R$ 2,50, após o grupamento na razão de 50 para 1. Nesta sessão, os papéis MTIG4 fecharam com queda de 24,0%, indo para R$ 1,90. Na mínima do dia, eles chegaram a valer R$ 1,57, o que representava um recuo de 37,20%.
O volume financeiro chegou a R$ 244,97 mil, o maior desde 14 de agosto do ano passado, o que deixa claro que houve uma grande corrida dos investidores para se desfazer do papel.
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Como nos grupamentos feitos nos últimos meses com ações que valiam centavos, o mercado reagiu no pregão seguinte com força para baixo. Isso porque embora o valor de face da ação tenha aumentado, os fundamentos da empresa permanecem os mesmos de quando ela valia poucos centavos. Ou seja, se a companhia não conseguir mostrar uma melhora de perspectiva após o grupamento, a tendência é que suas ações simplesmente tenham mais espaço para cair na Bolsa.
De 2014 pra cá, a Metal Iguaçu já perdeu cerca de 60% de valor de mercado. Quando perguntando sobre a possibilidade do grupamento abrir espaço para ainda mais quedas, o diretor da empresa disse ao InfoMoney em entrevista realizada em março que não comentaria o assunto, já que isso “depende das forças de mercado”.
Outros casos
Outro exemplo de “cilada” é a JB Duarte (JBDU4): a fabricante de bambu e eucaliptos agrupou suas ações ordinárias e preferenciais no dia 15 de dezembro, na razão de 100 para 1, tirando as cotações de ambas da incômoda região abaixo de R$ 0,10. No entanto, no pregão seguinte, as ações da companhia despencaram por volta de 30%. De lá para cá, a desvalorização já supera a faixa dos 40% e as ações operam a R$ 3,60.
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Mas isso não acontece só com as small caps, as “grandes empresas” também perdem. Como exemplo podemos citar a Oi (OIBR4), companhia cujas ações fazem parte do Ibovespa e no final de 2014 realizou um grupamento na proporção de 10 para 1. No primeiro pregão pós-grupamento, os papéis da companhia de telecomunicações despencaram 10%, e estenderam suas perdas ao longo de 2015. Hoje as ações valem R$ 7,07.