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A inteligência artificial tem potencial para gerar até US$ 1 trilhão para os caixas de instituições financeiras. O dado é do relatório “Construindo o banco de IA do futuro”, produzido pela consultoria norte-americana McKinsey, que chegou a cifra avaliando as ferramentas que surgem a partir da digitalização, como sistemas de detecção de fraudes, biometria digital e facial, além do processamento de linguagem para atendimentos.
De olho e uma fatia desse montante, e considerando que o setor bancário tem potencial para ir muito além, como conduzir a integração com softwares não bancários, que o banco alemão Deutsche Bank (DBAG34), fundado em 1870, em Frankfurt, na Alemanha, firmou parceria com a Nvidia (NVDC34), uma gigante da tecnologia.
Juntos, eles prometem acelerar o caminho até a inovação, usando o poder computacional da inteligência artificial e da aprendizagem de máquina.
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A colaboração de nível global surgiu do projeto NVidia IA Enterprise, que tem o objetivo de criar sistemas artificiais de produção acelerada, conforme explica Marcel Saraiva, gerente de negócios para finanças no Brasil da companhia de tecnologia. A integração de hardwares e softwares de alta capacidade resulta na formação de serviços cada vez mais complexos, sempre otimizados à realidade da instituição.
“O banco tem milhões de clientes usando os seus serviços diariamente e todos eles querem ter uma experiência rápida. A resposta, portanto, deve ser quase instantânea. É possível criar um sistema de inteligência artificial que organiza filas de processamento das requisições simultâneas para que o tempo de resposta seja o mais rápido possível, de forma paralela e em escala”, exemplifica Saraiva.
Inteligência artificial aberta
Assim como outros produtos baseados em inteligência artificial, caso do ChatGPT, o sistema da NVIDIA funciona no padrão Open Source, ou seja, tem seus códigos abertos. Isso permite que qualquer pessoa ou empresa -com expertise no assunto e em qualquer país- possa usar a tecnologia, sem precisar pagar pelo serviço.
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No caso da parceria com o Deutsche Bank, a diferença é que a big tech oferece suporte contínuo para implantação da tecnologia dentro da organização, além de treinar e capacitar os funcionários do banco. Com isso, é possível levar para a nuvem todos os processos internos, dos recursos humanos ao atendimento ao consumidor.
Saraiva avalia que a aplicação desta tecnologia no sistema financeiro, quando comparada a outros, é um pouco mais difícil, já que a regulamentação do setor é mais complexa. Esse processo passa por diversas etapas e um pouco mais de tempo, justamente para dar mais segurança aos dados que são tratados pelos algoritmos.
“Eu só posso usar informações pelas quais sou autorizado. Não posso aplicar algoritmos que saem varrendo todo e qualquer base de dados sem autorização. Existe uma regulamentação que deve ser seguida para usar dados corretos na qual é preciso mostrar, inclusive, como se chegou ao resultado”, diz.
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Por isso, neste primeiro momento, o banco sediado em Frankfurt está testando vários modelos de linguagem que têm o potencial de alertar sobre riscos cibernéticos, recuperar informações rapidamente e identificar problemas no banco de dados. Mas, com o passar do tempo, o projeto tende a ser aprimorado para alcançar um dos objetivos finais, que é chegar ao metaverso e promover experiências imersivas aos clientes.
O banco já tem investido nesta frente, com avatares virtuais 3D que ajudam funcionários a usar os sistemas internos. Os personagens também já atuam no atendimento de funcionários em demandas que envolvam a área de RH.
“Inteligência artificial, machine learning e os dados mudarão o jogo no setor bancário, e nossa parceria é mais uma prova de que estamos comprometidos em redefinir o que é possível para nossos clientes”, prevê Christian Sewing, CEO do Deutsche Bank. “Esse é um passo significativo em nossas ambições e nos ajudará a assumir uma posição de liderança no uso dessas tecnologias em serviços financeiros”, conclui.