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SÃO PAULO – Na última terça-feira (9), a Polícia Civil de Minas Gerais apresentou a conclusão do inquérito do caso da Cervejaria Backer e indiciou 11 pessoas pela intoxicação de clientes que consumiram as cervejas da marca. As informações foram dadas durante uma coletiva de imprensa. O inquérito seguirá para o Ministério Público de Minas Gerais.
Sete pessoas foram indiciadas por homicídio culposo, lesão corporal e intoxicação de produto alimentício; três dos sócios pela falta de divulgação dos riscos e por não terem feito recall do produto; e outro envolvido por falso testemunho e extorsão.
A intoxicação de consumidores aconteceu devido à presença de uma substância tóxica, o dietilenoglicol, em lotes da Belorinzontina, uma das principais cervejas da Backer. Pelo menos 29 pessoas foram atingidas e sete morreram.
A polícia afirmou que a contaminação aconteceu por acidente dentro da fábrica da empresa e descartou a possibilidade de sabotagem.
O que aconteceu-
Houve um vazamento de dietilenoglicol, que é utilizado em sistemas de refrigeração devido às suas propriedades anticongelantes, em tanques da fábrica da empresa.
Flávio Grossi, delegado do caso, disse que houve um problema na solda de um tanque, o que fez com que a substância nociva à saúde caísse diretamente dentro da cerveja, que era engarrafada para venda.
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Os efeitos da substância, detectada em lotes da Belorizontina, estão relacionados à síndrome nefroneural, responsável pelas mortes.
O delegado explicou que a Backer não sabia da presença do dietilenoglicol na produção. Ainda assim, a cervejaria já usava anteriormente outra substância tóxica como anticongelante, o monoetileno e tinha ciência disso. A diferença é que nunca havia acontecido uma falha na solda do tanque (onde ficava a cerveja) como desta vez.
Assim, Grossi argumenta que qualquer uma das substâncias – estivesse a cervejaria ciente do uso ou não – poderia ter causado danos às vítimas. Sendo assim, o principal problema é que a cervejaria fazia uso de produtos tóxicos onde não poderia.
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O caso
O caso começou a ser investigado em janeiro quando várias pessoas, em Belo Horizonte, começaram a apresentar sintomas similares, como náusea, vômito e dor intestinal, mas ainda sem pistas do que poderia estar acontecendo.
Pouco tempo depois, duas famílias indicaram a suspeita pela cerveja Belorinzontina, que foi um produto consumido em comum pelos familiares doentes.
No decorrer da investigação, o dietilenoglicol foi encontrado em dezenas de lotes de diferentes rótulos de cervejas produzidas pela empresa. A conclusão do inquérito foi feita nesta terça-feira. (9), mas a polícia ainda investiga outros 30 casos de consumidores que consumiram a cerveja
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O InfoMoney contatou a Backer, que até a publicação desta matéria não deu um retorno.