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SÃO PAULO – Embora a capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) tenha reduzido a alavancagem da estatal para um patamar próximo a 18%, esta situação não irá durar muito. Segundo o presidente da petrolífera, José Sergio Gabrielli, a relação entre dívida líquida e capital próprio deve subir a 30% depois do endividamento previsto para os próximos sete anos, de US$ 76 bilhões.
As novas estimativas de Gabrielli são mais agressivas do que as informadas no início deste mês, quando ele confirmou a necessidade de financiamentos em torno de US$ 60 bilhões para os próximos cinco anos.
Em palestra proferida no seminário “Pré-sal e o Rio Grande do Sul”, o presidente da Petrobras afirmou que desse montante, cerca de US$ 38 bilhões representarão dívida nova e o resto será utilizado na rolagem de dívidas antigas. Depois do evento, o executivo ainda abordou o assunto em conversa com analistas, explicando que o perfil da dívida deverá manter-se semelhante ao atual.
Segundo ele, “pouco mais de um terço será dívida bancária, um pouco menos de um terço da dívida com o mercado de capitais, ou seja emissões de títulos, bonds e debêntures, e temos em torno de um terço com bancos de desenvolvimento e agências de financiamento a exportações de países fornecedores”.
Grau de investimento e fornecedores
Vale lembrar que em seu Plano de Negócios para o período entre 2010 e 2014 a Petrobras estabeleceu um limite de alavancagem de 35%, de forma a não prejudicar sua avaliação de crédito e manter o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco.
Com a nova estimativa dentro desse limite, Gabrielli afirmou que a empresa não terá problemas de financiamento. Contudo, essa não é a única preocupação da estatal. “Nosso problema é na cadeia de fornecedores para que possamos crescer na velocidade que precisamos”, especificou.
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Segundo o presidente da Petrobras, para contornar essa questão, a companhia lançou o Programa Progredir, disponibilizando R$ 3 bilhões em financiamento para fornecedores.