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SÃO PAULO – Mais de 70 fundos de pensões de companhias estatais e de prefeituras correm o risco de perder boa parte dos R$ 2,7 bilhões que estão em investimentos em papéis cujo lastro são empréstimos originados no banco BVA, de acordo com informações do último domingo do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo documentos aos quais o jornal teve acesso, o valor corresponde ao dobro do número do que era conhecido até o momento. Do total, R$ 1,3 bilhão foi vendido diretamente aos fundos de pensão, tendo como principais investidores a Petros – dos funcionários da Petrobras (PETR3;PETR4) -, Postalis – dos Correios – e da Refer – da Rede Ferroviária Nacional.
Já os outros cerca de R$ 1,4 bilhão correspondem a papéis negociados por fundos de investimento ligados ao BVA, cujos cotistas eram os fundos de pensão. E neste grupo, não estariam só as entidades ligadas às estatais, às estatais, mas também os institutos de previdência de 59 municípios e dos governos estaduais de Tocantins e Roraima.
O jornal destaca que, dentre os bancos pequenos e médios, o BVA foi um dos que mais atraiu os fundos de pensão e que, para captar os recursos dos fundos de pensão, o banco vendia títulos lastreados nos empréstimos que concedia, conhecidos no mercado como direitos creditórios. O banco financiava empresas e depois transformava num título, que era vendido a investidores. Contatado pela Folha, Ivo Lodo, ex-presidente do BVA, não quis se pronunciar.