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A operação-padrão dos fiscais da Receita Federal começou a provocar paradas de produção na indústria de aparelhos eletrônicos, dada a lentidão no desembaraço de cargas nos portos.
As dificuldades na liberação de peças importadas aumentaram, atingindo mais da metade (55%) dos fabricantes de produtos como televisão, celular e notebook, conforme levantamento com associados feito nos últimos onze dias pela Abinee, entidade que representa o setor.
Além de atrasos em quatro de cada dez empresas, surgiram relatos de interrupção de produção em 31% das fábricas, já que, por conta da operação tartaruga dos auditores fiscais, as cargas não chegam a tempo nas linhas.
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O levantamento anterior, realizado entre 11 e 18 de janeiro, revelou atrasos no abastecimento de insumos, o que já vinha comprometendo o ritmo de produção, porém sem paralisações como revelado agora.
Outra novidade trazida pela última pesquisa da Abinee é a revelação de que 18% das fábricas de aparelhos eletroeletrônicos começaram a ter dificuldades também para exportar, em função da morosidade em operações de embarque, no desembaraço das mercadorias e em inspeções das cargas.
Se no levantamento anterior as exportações não eram um problema reportado, agora as empresas apontam filas de caminhões parados à espera de liberação dos fiscais em fronteiras rodoviárias.
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Há consequências no custo das operações de comércio exterior, dado que o valor gasto com armazenagem sobe com as cargas paradas por mais tempo nos portos.
“Isso é preocupante porque se reflete em aumento no preço do produto. As taxas de armazenagem são infernais. Alguma providência precisa ser tomada urgentemente”, cobra Humberto Barbato, presidente da Abinee.
Em alguns casos, as empresas informam que tiveram que pagar multas, ou contratos foram cancelados, porque não conseguiram cumprir com os prazos de entrega assumidos com clientes.
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Entre as alfândegas onde há dificuldade no desembaraço de mercadorias e insumos são citados os portos de Santos (SP), Navegantes (SC) e Paranaguá (PR), além dos aeroportos paulistas de Guarulhos e Campinas (Viracopos).
A operação-padrão dos auditores fiscais atinge a indústria de eletroeletrônicos num momento em que o setor tenta administrar um fluxo irregular de abastecimento em função da baixa disponibilidade de alguns dos materiais usados pelo setor, em especial os semicondutores.
Isso torna as fábricas, que vêm em muitos casos trabalhando com estoques apertados de matérias-primas, mais vulneráveis a gargalos adicionais no fluxo dos insumos, como o movimento dos auditores.
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Segundo Barbato, ofícios relatando a situação foram enviados há uma semana ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e à secretária especial de Produtividade e Competitividade, Daniella Marques.
No entanto, até agora não houve retorno. “Ficamos de mãos atadas porque a solução do problema depende de ações politicas”, afirma o presidente da Abinee.
Os auditores da Receita Federal estão desde o fim de dezembro mobilizados pela volta do bônus por desempenho.
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O movimento segue a insatisfação do funcionalismo público após o presidente Jair Bolsonaro prometer reajuste seletivo a policiais federais, o que abriu uma série de protestos das demais categorias por aumentos salariais.