Oito livros que todo líder precisa ler para aprender a superar crises

O Do Zero ao Topo compilou oito obras lançadas nos últimos cinco anos que podem inspirar líderes a passar pelo momento atual, com a crise do coronavírus

Equipe InfoMoney

BILL GATES: uma das sugestões de leitura do fundador da Microsoft para o período de quarentena traz os ensinamentos do CEO da Walt Disney
BILL GATES: uma das sugestões de leitura do fundador da Microsoft para o período de quarentena traz os ensinamentos do CEO da Walt Disney

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SÃO PAULO – A boa liderança é algo que se alcança pelo aprendizado. E uma das formas mais simples – e prazerosas – de adquirir conhecimento é refletindo sobre trajetórias de sucesso – ou fracasso – de outros líderes de destaque. Em tempos de crise, como a atual do coronavírus, procurar exemplos que ajudem a superar os desafios torna-se ainda mais essencial.

Pensando nisso, o Do Zero ao Topo — marca de empreendedorismo e gestão do InfoMoney — compilou oito obras lançadas nos últimos cinco anos que, ao apresentar dilemas de líderes diversos ou mostrar práticas adotadas por companhias de sucesso, podem inspirar líderes a passar pelo momento atual.

1 – “O Lado difícil das situações difíceis: Como construir um negócio quando não existem respostas prontas”

Empreendedor, o inglês Ben Horowitz ganhou popularidade como autor de um blog de negócios que usava trechos de música de rap (estilo do qual é fã) para ilustrar lições pertinentes a líderes e empreendedores.

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Como cofundador da firma de venture capital Andreessen Horowitz, Horowitz é também um dos investidores mais renomados do Vale do Silício e faz de “O Lado Difícil das Situações Difíceis” uma espécie de manual de sobrevivência nos negócios – tendo como base a realidade do mercado em que atua, um dos mais competitivos do mundo.

Lançado originalmente em 2014 (a edição em português chegou um ano depois), o livro tornou-se um sucesso por apresentar situações que, segundo o próprio Horowitz, não se aprende nas faculdades de administração.

Empreender, para Horowitz, é uma luta diária e é preciso perseverança quando os planos são destruídos por concorrentes, por crises econômicas ou tantas outras ameaças inerentes aos negócios. De forma direta, o autor apresenta em detalhes algumas das situações mais delicadas a um gestor e mostra como lidar com cada uma delas – com detalhes, por exemplo, de como foi quando teve que demitir um grande amigo em um dos processos de reestruturação de seus empreendimentos.

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2 – “O Novo Código da Cultura – Transformação Organizacional na Gestão do Amanhã”

Uma das principais obras brasileiras sobre cultura organizacional, “O Novo Código da Cultura”, de José Sabini Neto e Sandro Magaldi, apresenta com didatismo a importância de forjar uma cultura nas companhias – e como fazer isso.

Sabini, como cofundador da HSM, empresa de educação executiva, e Salibi Neto, como diretor comercial, conviveram e trabalharam com alguns dos principais pensadores da gestão como Peter Drucker, Jack Welch, Michael Porter e Philip Kotler e líderes mundiais como Bill Clinton, Tony Blair e Rudolph Giuliani.

Na obra, a dupla compartilha muito do próprio aprendizado para prestar esclarecimentos claros sobre qual o sistema mais poderoso de liderança, os erros mais comuns em processos de transformação cultural e o papel do gestor entre vários outros pontos de relevância.

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3 – The Ride of a Lifetime: Lessons Learned from 15 Years as CEO of the Walt Disney Company

Uma das sugestões de leitura de Bill Gates para o período de quarentena causada pela pandemia do novo coronavírus, “The Ride of a Lifetime: Lessons Learned from 15 Years as CEO of the Walt Disney” (“A jornada de uma vida: Lições aprendidas a partir de 15 anos como CEO da Walt Disney, em tradução livre), é o relato de Robert Iger como CEO da The Walt Disney Company.

Ao longo de suas páginas, Iger passa uma mensagem de otimismo e coragem, enquanto aborda os desafios que teve de enfrentar quando assumiu o principal cargo executivo da companhia, em 2005. À época, a empresa passava por um momento crítico – sem saber se adotava novas tecnologias e apostava em transformações ou se resistia às mudanças. Iger escolheu a primeira opção.

Liderando mais de 220 mil funcionários, ele preservou o legado da Disney ao mesmo tempo que conseguiu levar a empresa a um novo patamar – hoje, uma das companhias de mídia mais admiradas do mundo com braços que incluem a Pixar, Marvel, Lucasfilm e 21st Century Fox.

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4 – “Factfulness: O hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos”

Outra indicação de Bill Gates e também uma das obras destacadas por Barack Obama, “Factfulness: O hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos” tornou-se um best seller ao sugerir, com base na análise de uma infinidade de dados, que “talvez o mundo não esteja tão ruim como se acredita”.

Tomando emprestado o conceito de mindfulness, os autores propõem a ideia de factfulness: o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos. Que porcentagem da população mundial vive na pobreza? Qual é o número de crianças vacinadas no mundo? Quantas meninas terminam a escola? Os autores mostram que, quando confrontadas com essas questões, boa parte das pessoas dão respostas incorretas.

“Não se trata de otimismo, que é um péssimo hábito de fingir que as coisas são boas”, argumentou Ola Rosling em diferentes ocasiões. A ideia da obra é outra. É motivar as pessoas a se esforçarem um pouco para enxergar as coisas como elas realmente são – o que pode ajudar a responder melhor a diferentes crises e vislumbrar oportunidades quando tudo parece perdido.

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Nas palavras de Obama: “Um livro esperançoso sobre o potencial humano para progresso quando trabalhamos em cima de fatos e não sobre nossos preconceitos inerentes.”

5 – “Always Day One: How the Tech Titans Plan to Stay on Top Forever”

O título “Always Day One: How the Tech Titans Plan to Stay on Top Forever” (“Sempre Dia 01: Como os titãs de tecnologia planejam permanecer no topo”, em uma tradução livre”), é uma alusão ao mantra de Jeff Bezos, que lidera a Amazon como se fosse sempre “Dia 01”. É uma maneira de defender que as empresas, independentemente de seu tamanho, precisam ter postura agressiva de startup, inovando o tempo todo.

Jornalista de tecnologia, Alex Kantrowitz conduziu mais de uma centena de entrevistas com especialistas, funcionários e também alguns dos fundadores de empresas como Facebook, Google, Apple e Microsoft e a Amazon para revelar o funcionamento interno dessas gigantes e as estratégias para que chegassem ao topo.

Para Kantrowitz, o domínio dessas empresas tem um impulso comum: uma forte cultura interna pela reinvenção constante. É isso também que irá determinar a sustentabilidade do crescimento.

Em um mundo em que as transformações acontecem em velocidade recorde, nenhuma vantagem é segura – e a única forma de sobreviver ou até conseguir algum destaque no universo desses titãs, ressalta o autor, é, por meio de um manual próprio, adotar postura semelhante.

6 – “O coach de um trilhão de dólares: O manual de liderança do Vale do Silício”

Celebrado como maior coach do mundo, Bill Campbell trabalhou para Steve Jobs para salvar a Apple da falência, ajudou Eric Schmidt, Larry Page e Sergey Brin a construírem o Google. Ao longo de sua carreira, esteve ao lado das principais figuras de algumas das empresas que hoje tem valor de mercado superior a US$ 1 trilhão.

Para destrinchar como Campbell (que faleceu em 2016, sem nunca ter escrito a própria obra) apoiou esses gestores em momentos cruciais, os autores se debruçaram e uma série de entrevistas. O livro traz lições práticas inspiradas nos ensinamentos de Campbell e possíveis de serem replicados por qualquer gestor.

7 – “Equipes brilhantes”

Eleito um dos melhores livros de negócios de 2018 pela Bloomberg e Library Journal, e best seller do The New York Times, Equipes Brilhantes mostra por que em algumas das empresas e organizações mais bem-sucedidas do mundo a integração de seus times são a chave para o sucesso.

Independentemente do tamanho do seu time e da área de atuação, defente Coyle, é a habilidade de desenvolver a coesão do grupo que irá alavancar a inovação e conquistas concretas.
Baseado em pesquisas científicas, ele identifica as três características mais importantes para promover a cooperação e dá um passo a passo de como fazer mesmo equipes heterogêneas funcionarem por um objetivo único.

Para chegar a resposta da pergunta “Por que certos grupos se tornam mais fortes do que a soma de suas partes, enquanto outros se tornam mais fracos?”, Coyle trabalhou de forma pouco ortodoxa – além do conhecimento em empresas tradicionais, foi buscar em times de basquete, estúdios de cinema e até uma quadrilha especializada em roubo de joias algumas das pistas para escrever seu manual.

O resultado é uma leitura rica e, por vezes, divertida de como forjar uma equipe que sabe resolver problemas com facilidade e superar constantemente as metas pré-definidas.

8 – “As cartas de Bezos: 14 princípios para crescer como a Amazon comum”

À frente de uma das empresas de maior sucesso da história, Jeff Bezos, o fundador da Amazon, mostra muito de sua estratégia e visão de mundo nas cartas elaboradas para seus acionistas.

Em “As cartas de Bezos: 14 princípios para crescer como a Amazon comum”, os autores analisam esses comunicados elaborados por Bezos para seus acionistas ao longo de 20 anos para sacar dali algumas das lições que compartilham com o público.

Para alguns, a leitura do livro propicia a sensação de ter Bezos como mentor particular.

Um clássico: “Only the Paranoid Survive: How to Exploite the Crises Points that Challenge Every Company”

O engenheiro húngaro Andy Grove chegou à presidência da Intel em 1979 – e tornou-se uma lenda em gestão de negócios. Em 11 anos, fez o faturamento aumentar dos US$ 2 bilhões para US$ 26 bilhões e a valorização da empresa saltar de US$ 4,3 bilhões para US$ 198 bilhões.

Ao longo da carreira, Grove foi um ativista da inovação, encabeçando diferentes manifestos nos quais chamava as grandes corporações norte-americanas a lançar processos radicais de inovação. “Elas têm recursos, pessoal e influência para mudar o mundo”, dizia. Até sua morte, em 2016, Grove continuou atuante e sendo uma das principais vozes dos negócios no mundo.

“Only the Paranoid Survive: How to Exploite the Crises Points that Challenge Every Company” (“Somente os Paranoicos Sobrevivem: como explorar os pontos de inflexão que desafiam todas as empresas”, em tradução livre) é seu livro mais famoso.

Na obra, Grove não apenas mostra como conduziu as transformações na Intel mas também detalha o que fez naquele momento que os líderes mais temem – quando mudanças abruptas os obrigam a decidir sobre adaptar-se ou morrer. A esse momento, Grove dá o nome de “ponto de inflexão”.

Lançado ainda no final dos anos 90, o livro segue como um clássico em habilidades gerenciais e de liderança.

Em português, é possível conhecer mais sobre as estratégias de Grove em “Andy Grove: as Lições de Vida e de Gestão do Lendário Líder da Intel”, de Richard S. Tedlow, professor da Harvard Business School e autor de vários livros de negócios.

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