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Depois de uma longa negociação que se arrastou por um semestre e contou com vários reveses, finalmente em 27 de outubro do ano passado Elon Musk concluiu a compra do Twitter. Avaliada em US$ 44 bilhões, a aquisição colocou nas mãos de um dos homens mais ricos do mundo o poder de uma das principais redes sociais do planeta, com mais de meio bilhão de usuários, segundo estimativa com empresas de estatísticas.
Desde a transação bilionária, Musk mudou muita coisa na plataforma, a começar pela ingerência sobre os conteúdos publicados pelos usuários. Mas não foi só isso que aconteceu. A seguir, você confere as 5 principais mudanças feitas na rede do passarinho nesses seis primeiros meses sob nova direção.
Volta de Donald Trump e Kanye West
Crítico da estratégia de moderação de conteúdo, logo que assumiu a cadeira principal da rede social, Musk devolveu as contas do ex-presidente Donald Trump e do rapper Kanye West. Mesmo assim, Trump não quis retornar ao aplicativo, enquanto West voltou a ser banido, um mês depois, quando publicou a foto de uma suástica nazista.
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O posicionamento de Musk frente à moderação fez com que diversos anunciantes deixassem de fazer publicidade no Twitter, conforme informou o InfoMoney. Com isso, segundo um levantamento da consultoria norte-americana de marketing digital Pathmatics, publicado em fevereiro, no último trimestre do ano passado, a rede social perdeu 625 dos seus 1.000 principais anunciantes.
Sem respostas à imprensa
Desde o mês passado, todos os e-mails enviados à assessoria de imprensa do Twitter são respondidos com um emoji de cocô. Ao que tudo indica, o pedido foi feito pelo próprio presidente da plataforma, que anunciou a mudança em uma postagem no seu perfil.
O assunto ganhou notoriedade especialmente depois de uma série de ataques em escolas brasileiras, que, segundo investigações, eram planejados também pelo aplicativo. Sempre que os jornais questionavam a empresa sobre a moderação deste tipo de conteúdo, a resposta era a mesma, um emoji.
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Após várias críticas, a empresa resolveu se manifestar formalmente sobre o assunto, em forma de texto oficial, mas a figura continua sendo enviada.
Twitter Blue: pagar pelo selo azul
Na última semana, milhares de usuários verificados pelo Twitter perderam o selo azul, que agora é destinado apenas para perfis que pagam pelo serviço. O chamado Twitter Blue é um programa premium de assinatura mensal — com custo a partir de US$ 8 por mês — que dá recursos personalizados aos usuários.
Anteriormente, o selo de verificação era dado a qualquer usuário com alguma notoriedade para conferir veracidade ao perfil. Em geral, eram os artistas, políticos e jornalistas que mais contavam com a funcionalidade para que os usuários soubessem que de fato a postagem era feita por aquela personalidade, e não por usuário falso.
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Dupla autenticação agora é paga
Outra mudança que envolve o bolso dos usuários é a autenticação de dois fatores (2FA, na sigla em inglês) via SMS. O serviço agora faz parte do pacote Twitter Blue, portanto, usuários sem assinatura não contam mais com ela. O Twitter disse que a funcionalidade tem alto custo, já que precisa arcar com cada SMS enviado aos usuários.
A mudança gerou diversas críticas das associações de defesa do consumidor, pois a dupla autenticação é uma camada de segurança aos usuários, que, no final, também são clientes. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) chegou a entrar com uma representação contra o Twitter pedindo que a Justiça obrigue a plataforma a manter a opção gratuita.
Demissões em massa
As demissões em massa afetaram a maioria das big techs, mas a forma como elas aconteceram no Twitter chamou a atenção do mercado. Desde de novembro do ano passado, a empresa realizou diversos cortes, que impactaram as equipes brasileiras e estrangeiras, nos diferentes níveis hierárquicos.
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Estima-se que ao menos 50% de todo o quadro de funcionários da rede social tenha sido dispensado, sendo que a maior parte das demissões foi feita por e-mail. Com isso, por meio de uma ação coletiva, centenas de funcionários processaram a companhia, alegando violação à Lei Federal de Notificação de Ajuste e Retreinamento do Trabalhador, que regulamenta o aviso prévio nos Estados Unidos.