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“Você tem três horas pra me ouvir?”, é o que diz Nizan Guanaes quando questionado sobre os maiores erros que cometeu em sua trajetória. Foram muitos, segundo o renomado publicitário, e, para evoluir, é preciso reconhecê-los e seguir em frente. “Com o erro não há compromisso”, conclui ele, emprestando a célebre frase de Juscelino Kubitschek..
A história de Nizan — que foi o grande responsável pela ascensão da agência DM9 no mercado nacional e vendeu o Grupo ABC por R$ 1 bilhão em 2015 — é tema do episódio 110 do podcast Do Zero ao Topo. É possível seguir o programa e escutar a entrevista via ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país. Ou ainda assistir ao vídeo no Youtube.
Mais do que contar sua história, durante a entrevista Nizan, hoje com 63 anos, conecta seu passado com o mundo do empreendedorismo e da publicidade atualmente e ainda reflete sobre o que teria feito diferente. Entre os erros cometidos, ele lista: não ter cuidado bem dos funcionários, ter deixado o departamento de RH a cargo do RH (“RH tem que ser coisa do CEO”, diz), ter deixado que cada uma das empresas do Grupo ABC tivesse uma cultura, ter feito negócios com amigos e parentes, não ter cuidado da forma física e ter parado de estudar.
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O mercado publicitário
Desde o ano passado, Nizan tem se dedicado ao que chama de “grande pequeníssima empresa”. Com sua consultoria N Ideias, ele tem poucos, mas grandes clientes como Itaú, Marfrig, Ânima, Suzano, Magalu e JHSF. “Não faço publicidade, eu faço estratégia. A N Ideias é pequena, trabalho em rede com as agências dos clientes. Estratégia não é escolher o que você faz, é escolher principalmente o que você não faz”, afirma.
A visão que norteia a consultoria começou a ganhar forma em 2015, quando Nizan vendeu o Grupo ABC para a americana Omnicom por cerca de R$ 1 bilhão. “Eu percebi que a indústria estava mudando. Quando li o livro ‘Organizações Exponenciais‘ vi que a evolução do negócio não era mais ser Golias, era ser Davi”, afirmou. “Hoje, o mundo é sobre como Golias enfrenta Davi”, completou.
Para Nizan, a estrutura grandiosa das agências publicitárias é hoje um grande problema que pode acabar com esses negócios. “Não falta talento na indústria da publicidade, o que falta para os talentos é tempo. Eles estão montados em uma enorme estrutura de custos e por isso têm que ter mais clientes. Quanto mais clientes, menor a capacidade de conseguir se dedicar e criar uma estratégia”, explica.
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Empreendedorismo e investimentos
Além da N Ideias, Nizan hoje investe em startups como Moss, Mottu, Mimo, Dr. Consulta e Trybe. Um dos pontos principais de sua tese de investimentos está na procura por empreendedores “obsessivos”. “Aprendi que é preciso investir em quem é bom na execução. Pode ter o diferencial que for, se o empreendedor não é bom de execução, se ele não é obsessivo, não dá certo”, afirmou.
Nizan reconhece também que todo empreendedor precisa de sorte para enfrentar adversidades. “Empreendedorismo é capacidade, resiliência, mas tem que ter um pouco de sorte”, disse. Confira mais detalhes sobre a visão de Nizan no podcast.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio
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O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar; David Neeleman, fundador da Azul; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário; Sebastião Bonfim, criador da Centauro; e Edgard Corona, da rede Smart Fit.