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SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) – Os países reunidos na COP27 no Egito ainda estavam longe de acertar os contornos de um acordo do clima nesta quarta-feira, com o país anfitrião pedindo que os negociadores resolvam suas diferenças antes do prazo do final no fim de semana.
O resultado da conferência em Sharm el-Sheikh é um teste sobre a determinação mundial para combater o aquecimento global enquanto outras crises, desde a guerra da Rússia na Ucrânia à inflação global, atraem as atenções internacionais.
Os líderes do grupo de países desenvolvidos G20 emitiram uma declaração nesta quarta-feira expressando apoio à meta global para limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius, eliminar gradativamente o uso de carvão, e acelerar a finança climática.
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Os representantes na COP27 também receberam animados o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu reengajar o Brasil nas iniciativas internacionais para combater as mudanças climáticas.
Lula, ao falar no evento ao lado dos Estados amazônicos brasileiros, disse: “Eu estou aqui para dizer a todos vocês que o Brasil está de volta ao mundo”. Ele ainda ofereceu sediar a COP30 no país.
O petista venceu a eleição no mês passado contra o atual presidente Jair Bolsonaro, que governou durante um período de destruição crescente da Amazônia e se recusou a receber a cúpula do clima de 2019, que estava planejada originalmente para o Brasil.
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Mas dentro das salas de negociação no Egito, diferenças profundas ainda existem.
Uma autoridade familiarizada com o processo de negociação, disse que há ainda divergências sobre se países mais ricos deveriam ou não estabelecer um fundo para cobrir prejuízos irreparáveis causados pelas mudanças climáticas, a linguagem utilizada sobre o uso de combustíveis fósseis e sobre se a meta de aquecimento global deveria permanecer em 1,5 graus Celsius.
Em seu discurso, Lula lembrou que, em 2009, países presentes à COP15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Mas, destacou, a promessa ainda não foi cumprida.
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(Reportagem adicional de William James, Valerie Volcovici e Simon Jessop)