“Não vejo subprime brasileiro”, diz presidente do Itaú Unibanco

Crédito imobiliário no Brasil ainda é pequeno, segundo Setubal, e ainda há espaço para crescer; porém, inadimplência pode subir

Giulia Santos Camillo

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SÃO PAULO – Para o presidente e CEO (Chief Executive Officer) do Itaú Unibanco (ITUB4), Roberto Egydio Setubal, não há no Brasil problemas relativos ao crédito que poderiam levar a uma crise como a dos Estados Unidos em 2008. “Não vejo subprime brasileiro”, disse, durante teleconferência sobre os resultados trimestrais do banco.

Segundo ele, o crédito – especialmente o imobiliário – é muito pequeno em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil atualmente, tendo muito espaço para crescimento ainda. “Se você olhar nos países desenvolvidos, o crédito imobiliário é de cerca de 30% do PIB, aqui no Brasil é de cerca de 5%”, detalhou o presidente do Itaú Unibanco.

Nos demais segmentos, a expectativa é de crescimento em linha com o avanço da economia brasileira e melhora da renda. Dessa forma, Setubal afirma que não vê nenhum problema no setor, “e os principais índices mostram isso”.

O assunto foi retomado devido à coluna do diretor da corretora Marshall Wace, Paul Marshall, no Finantial Times de terça-feira, que traça paralelos entre o cenário norte-americano antes da crise e o panorama atual brasileiro.

Inadimplência: possivelmente em alta
Embora não veja um subprime brasileiro, o presidente do Itaú Unibanco ressalta que há a possibilidade de uma leve alta na inadimplência, relacionada à desaceleração da atividade.

Segundo ele, a alta do juro básico e a possibilidade de menor crescimento econômico acabam impactando as finanças de empresas e, consequentemente, o emprego, elevando o nível de inadimplência. “Mas volto a dizer, essa alta é leve, muito inferior ao efeito da crise em 2008”, ameniza Setubal.