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SÃO PAULO – Pela primeira vez, motoristas do Uber e outros trabalhadores freelancers se qualificarão para o seguro-desemprego dos Estados Unidos. Essa categoria foi contemplada como parte do pacote de estímulo econômico de US$ 2 trilhões ao combate dos impactos do coronavírus na economia americana.
A medida é uma esperança para milhares de motoristas de aplicativos como Uber e Lyft que viram seus meios de subsistência desmoronarem, graças à brusca queda no volume de corridas decorrente da pandemia de coronavírus nos EUA – terceiro país mais afetado até o momento.
Uma disposição do projeto de estímulo à economia contra o coronavírus do Senado, sob uma seção emergencial chamada Pandemic Unemployment Assistance, torna contratados, freelancers e outros trabalhadores independentes finalmente elegíveis para o seguro-desemprego dos seus respectivos estados.
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O pacote de estimulo a economia durante a pandemia do coronavírus oferece cerca de US$ 250 bilhões apenas para o pagamento do seguro-desemprego. O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos cresceu de 282 mil na semana encerrada no dia 13 para 3,28 milhões na semana passada.
A lei federal dos Estados Unidos afirma que o pagamento do seguro-desemprego deve ser o mesmo montante semanal que eles receberiam do empregador, limitado por um valor máximo estabelecido por cada governador local – que varia de acordo com o estado. Por exemplo, o teto máximo do benefício na Flórida é de US$ 275 por semana, já na Califórnia é de US$ 450 semanais.
“Os benefícios prolongados de seguro-desemprego neste projeto de lei tentam proteger os trabalhadores, independentemente de trabalharem para pequenas, médias ou grandes empresas, juntamente com os trabalhadores independentes e trabalhadores da gig economy“, afirmou Chuck Schumer, senador democrata de Nova York em um comunicado à imprensa.
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Para entrar em vigor, o projeto de lei deve ser aprovado na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos antes de chegar à mesa do presidente Donald Trump.
Motoristas sofrem com baixa demanda
Em um e-mail enviado ao Business Insider, um motorista da Uber revelou, sob anonimato, que sua situação – e de diversos outros motoristas de aplicativo do país – é crítica. “Fiquei nove horas rodando ao redor do aeroporto e só consegui três passageiros”, revelou.
“Estou bastante angustiado pensando em como pagarei minhas contas básicas, que inclui o pagamento do seguro e das parcelas do carro, pois todo o meu sustento depende de eu ter um veículo”, explicou o motorista.
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Na última segunda-feira (23), Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, pediu ao presidente Donald Trump para ajudar de alguma forma motoristas das cidades que tiveram uma redução significativa de corridas e passageiros durante a crise com o avanço da Covid-2019 pelo território americano.
“Peço respeitosa e urgentemente que o estímulo econômico que você está considerando, juntamente com outras medidas legislativas futuras em resposta à Covid-2019, inclua proteções e benefícios para trabalhadores independentes, não apenas para funcionários”, escreveu Khosrowshahi em uma carta endereçada ao presidente Donald Trump.
“Meu objetivo ao escrever para você não é pedir um resgate financeiro para a Uber, mas sim apoio aos americanos, trabalhadores independentes em nossa plataforma”, continua a carta.
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Como Khosrowshahi destacou em sua carta, a Uber já tomou algumas medidas para ajudar seus funcionários afetados pela crise. A companhia concordou em oferecer aos trabalhadores da plataforma 14 dias de assistência financeira se forem diagnosticados com a Covid-19 ou forem instruídos a entrar em quarentena por uma autoridade de saúde pública.
O CEO ainda se comprometeu a fornecer produtos desinfetantes gratuitos para motoristas e afirmou que sua equipe está pronta para ajudar “da maneira que puder”.
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