Ministra das Finanças da Suíça não vê ‘obstáculos’ para aquisição do Credit Suisse pelo UBS

Parlamento deverá realizar uma sessão extraordinária na próxima semana para discutir fusão de emergência arquitetada pelas autoridades suíças

Reuters

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A aquisição multibilionária do Credit Suisse pelo UBS deve ocorrer sem problemas e sem obstruções políticas, afirmou ministra das Finanças da Suíça, Karin Keller-Sutter, em entrevista publicada neste sábado (8).

O parlamento suíço deve realizar uma sessão extraordinária na próxima semana para discutir a fusão de emergência arquitetada pelas autoridades suíças depois que o Credit Suisse esteve perto do colapso. “Neste momento, o parlamento tem a oportunidade de se pronunciar sobre o caso e desempenhar um papel ativo no processo.”

Quase 260 bilhões de francos suíços (US$ 287 bilhões) em apoio à liquidez e garantias estatais foram oferecidos para apoiar a aquisição e evitar um colapso financeiro que a falência do banco poderia ter desencadeado no sistema financeiro global.

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“Existe um acordo de fusão entre UBS e CS, por sua vez, o ministério se comprometeu com o banco nacional a fornecer liquidez ao CS para garantir a estabilidade”, disse Keller-Sutter ao jornal Finanz und Wirtschaft.

“O acordo de garantia com o UBS ainda está sendo negociado. Em muitas reuniões do comitê, tive a impressão de que os políticos definitivamente não querem comprometer a aquisição”, acrescentou. “Não vejo nenhum obstáculo no momento.”

Concluir a fusão era a maior prioridade, disse a ministra, que defendeu a intervenção do governo no mês passado, que os críticos disseram ter chegado tarde demais e prometido muito apoio dos contribuintes a um banco que pagou bilhões em bônus a executivos.

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“O principal objetivo era garantir a estabilidade da economia suíça e do centro financeiro suíço e evitar uma crise financeira internacional”, disse. “Nas circunstâncias, foi e é a melhor escolha possível, que também impõe menos ônus ao Estado e ao contribuinte”, acrescentou Keller-Sutter.

O novo banco combinado terá US$ 1,6 trilhão em ativos – o dobro do tamanho de toda a economia suíça – e mais de 120.000 funcionários e Keller-Sutter disse que a estrutura do UBS terá que ser considerada no futuro. “O UBS terá que manter mais ações após a aquisição. Isso os forçará a encolher”, disse Keller-Sutter.

A Comissão de Concorrência da Suíça também pode fazer recomendações, acrescentou a ministra. Os riscos para o contribuinte também eram aceitáveis ​​- embora o governo pudesse assumir até 9 bilhões de francos em perdas sofridas pelo UBS com a aquisição.

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Keller-Sutter criticou a cultura do Credit Suisse, que, segundo ela, estabeleceu incentivos errados e não aprendeu com escândalos e processos anteriores.

A ministra também defendeu a baixa contábil dos títulos AT1 para zero, os chamados CoCo bonds, uma parte controversa do resgate. “São títulos de alto risco com altos rendimentos, às vezes acima de 9%”, disse Keller-Sutter. “O prospecto desses títulos deixa claro que, se uma empresa reivindicar ajuda indireta do governo, eles podem ser cancelados.”