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SÃO PAULO – Um transferência de controle jogou luz sobre uma ação pouco negociada na Bolsa, a Recrusul (RCSL4). Investidores de olho no “prêmio” a ser oferecido na OPA (Oferta Pública de Aquisição) – que é obrigatória em caso de transferência de controle – puxaram uma arrancada de 56% nos papéis da empresa nesta quinta-feira (25), que fecharam perto da máxima do dia.
As ações da Recrusul dispararam 56,36% neste pregão, cotadas a R$ 0,86, ficando próximas da máxima do dia (+60%, a R$ 0,88). A valorização foi acompanhada por um forte volume financeiro, que alcançou pouco mais de R$ 7 milhões, ou 26 vezes acima da média diária dos últimos 21 pregões (de R$ 287 mil).
Como ocorre nessas situações, os investidores estão de olho em dois pontos: o preço a ser pago na OPA (Oferta Pública de Aquisição) e o direito de “tag along” (isto é, o direito dos sócios minoritários receberam as mesmas condições do controlador em caso de venda). No caso da Recrusul, o estatuto garante um direito de “tag along” de 80% para os acionistas preferencialistas – a classe de ação que possui maior liquidez na bolsa.
Pelo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa informou que os novos acionistas estão dispostos a pagar R$ 1,50 por ação ON; e R$ 1,20 por PN (respeitando o “tag along”). Esse valor representaria um prêmio de 118% sobre as ações PNs, que possuem mais liquidez na bolsa, em relação ao fechamento de quarta-feira – o que explica a corrida pelos papéis hoje. Em relação ao fechamento desta quinta-feira, o prêmio ainda é de 36%.
A operação
Pelo comunicado, a Recrusul informa que está transferindo 70% do total de suas ações ordinárias a um grupo de investidores . Assim, a Triskelion Capital, que atualmente detém 70% do total de ações ordinárias da empresa e 2,52% dos papéis preferenciais, que somados correspondem a 25,13% do capital total da Recrusul, transferirá os papéis para os novos acionistas.
A fatia será dividida então da seguinte forma: a Nemesis Brasil (31,32% das ONs); a WRL Comercial (19,1% das ONs); a PortoCapital Investimentos (15,66% das ONs e 2,52% das PNs); e a Master Consultoria (3,92% das ONs)
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Em comunicado, a companhia diz que a operação tem como objetivo “dar continuidade ao processo de reorganização e amortização dos principais passivos com instituições financeiras, fornecedores, trabalhistas e tributários”.