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SÃO PAULO – No pregão do dia 19 de agosto, o conselho de administração da Battistella (BTTL4) anunciou grupamento na razão de 25 para 1. E nesta terça-feira (22), aconteceu a AGE (Assembléia Geral Extraordinária) que aprovou a operação.
Agora, os acionistas têm 45 dias para ajustar suas posições de ações em lotes múltiplos de 25. A partir do dia 9 de novembro as ações irão valer R$ 10,75 segundo a cotação do fechamento de hoje, que foi de R$ 0,43. Nesta sessão, os papéis ordinários da companhia tiveram queda de 14,00%.
A partir de 09 de novembro, as ações ordinárias e preferenciais, passam a ser negociadas “ex-grupamento”. Em comunicado divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), “o grupamento não afetará: (i) o valor em Reais do Capital Social consolidado da Companhia; (ii) os direitos atribuídos às ações ordinárias e preferenciais; e (iii) a participação de cada acionista no Capital Social da Companhia, exceto na medida em que o grupamento, de outra forma, resultar em um acionista deter uma fração de ação, conforme o caso”.
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Entenda a “cilada” dos grupamentos
Em uma resposta à “ameaça” da BM&FBovespa de banir ações que valem menos de R$ 1,00 na Bolsa de Valores, muitas “penny stocks” têm anunciado grupamentos de ações, com o intuito de aumentar o valor de face de cada papel através da diminuição da quantidade de ativos negociados na Bovespa. A operação, em um primeiro momento, é vista como positiva no sentido de trazer maior liquidez para ativos que eram negociados próximos de R$ 0,01. Mas o que temos visto na prática é que os grupamentos têm aberto espaço para que aquelas ações que não tinham mais como cair simplesmente voltassem a cair.
Para explicar isso melhor é só pensar em como funciona um grupamento. O preço da ação nestas situações não foi elevado porque mais pessoas decidiram comprar e ela se valorizou, mas sim porque o preço sofreu um ajuste para cima devido à diminuição de papéis existentes no capital social. Isso significa que o mercado pode olhar para os fundamentos daquela empresa como endividamento, fluxo de caixa, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), etc. e enxergá-la como “cara” no patamar pós-grupamento. Com isso, surge uma pressão vendedora, já que o investidor não vai querer ter em suas mãos um papel sobrevalorizado.
A consequência direta deste cenário é que os papéis, que quase não tinham mais para onde cair quando a ação valia perto de R$ 0,1, abriram um espaço enorme para desvalorização. Como podemos observar aqui.